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Para Que Vim


Esse blog tem como objetivo difundir a Música Popular Brasileira em geral, seja ela qual for: a música do Sul, a musica do Cariri, a Pajeuzeira ou mesmo outros ritmos de regiões diferenciadas. Nasci no Sertão do Pajeú, lugar onde a poesia jorra com muita facilidade e que os Poetas do Repente cospem versos com uma precisão incrível. Sempre tive esta curiosidade de fazer postagens e construir um blog. Aliás, criar um blog é simples e rápido, mas, o difícil mesmo é mantê-lo vivo e pulsante. Uma tarefa difícil e tem que ser feita com muita dedicação e precisão, sei que às vezes agradamos a uns e desagradamos a outros; também pudera, não somos perfeitos e isso acontece em todas as áreas e campos de trabalho. E para que o blog aconteça, tenho que desafiar o meu tempo e fazer propagar até aqueles que acessam e fazem aquisições de temas no gênero da música, da poesia e outros segmentos da cultura brasileira. Não tenho a experiência de um Blogueiro profissional, mas, como se diz: “Experiência só se conquista com tempo, perseverança e dedicação”. É isso aí, espero que curtam esse espaço que faço com exclusividade para vocês.


Obs.: Do lado direito do seu monitor adicionei uma rádio (Cantigas e Cantos) com a finalidade de que você leia e ao mesmo tempo ouça uma seleção musical exclusivamente feita por mim. Também inserí fotos Antigas da Capital da Poesia (S. José do Egito), fotos retiradas do Baú do Jornalista Marcos Cirano.


Texto: Gilberto Lopes

Criador do Blog.

terça-feira, 28 de novembro de 2017

Histórias de Beiradeiro "Milonga", por Zelito Nunes



MILONGA

Milonga, era um dos doidinhos imprescindíveis de São José do Egito. Vivia catando coisinhas no chão, dormia na rua e ninguém (nem ele mesmo) lhe sabia o nome, ou de onde veio. Solícito, não era homem para negar um mandado a ninguém, por isso, um lhe dava a roupa, outro a comida e assim ia tocando a sua vida, debaixo da benevolência e da imensa piedade de Deus. Até que um dia Deus deixou ele pra lá.

Foi encontrado morto com uma pedrada na cabeça, sabe Deus pela mão de quem e qual a causa, uma vez que era manso e bom.

Otacílio era um rapaz ainda muito novo, quando morreu de um “sucesso”. Uma “Lazarina” de cano fino, uma medida de chumbo seis, outra de pólvora “Elefante”, duas buchas de corda bem vaquetadas, uma espoleta “Pica-pau” e um garrancho que bateu na queixa da espingarda, que era “muito doce” (espingarda doce é aquela que dispara com muita facilidade e que a gente conduz com muito cuidado, nos braços, assim como quem carrega roupa engomada), promoveram o tiro que lhe varou a “titela”.

Como ninguém tinha coragem de dar a notícia ao seu avô, bastante idoso e morando a uma certa distância, Milonga se encarregou de ser o emissário de tão triste novidade para o coitado, que era louco pelo neto, a quem chamava de Tercílio por que não conseguia pronunciar-lhe o nome corretamente.

Lá vai Milonga cumprir a sua missão macabra… Encontra o velhinho, sentado numa espreguiçadeira, na sala da casinha onde morava, conversando com as suas “apragatas”, assuntando coisas da vida, sem importância.

Milonga, sem “arrodeios”, botou a cabeça na janela e foi logo anunciando a tragédia:

– Seu Chiquinho, sabe Tercílio, seu neto?

– Sim, o que foi que houve?

– Morreu! Morreu dum tiro de espingarda, lá nele, bem na caixa dos peitos!

O pobre não se conteve:

– Ah meu Deus, meu neto morreu e eu não quero mais viver, eu quero ir junto com ele! Eu quero ir pro céu com ele!

Milonga, que a tudo assistia impassível, foi providencial:

– Apois “côide” logo, seu Chiquinho, que já tão fechando o caixão!

Zelito Nunes
 

Jornal Besta Fubana

Um comentário:

  1. EM SÃO JOSÉ DO EGITO
    DEI MEU GRITO DE VITÓRIA
    E EM SEGUIDA FUI EMBORA
    PRA BANDAS NÃO SEI DE ONDE
    HOJE ESTOU NO ABANDONO
    QUERENDO VOLTA PRA CASA
    NEM MESMO AS MINHAS LAGRIMAS
    CONSIGO MAIS CONTROLAR
    SENTINDO UM GOSTO AMARGO
    POR TER DEIXADO A CIDADE
    QUE TANTO ME FAZ SONHAR.

    ***********************

    NÃO CONSIGO ACREDITAR
    PORQUE FIZ ESTA BORRICE
    PORQUE SÃO JOSÉ DO EGITO
    SEMPRE SERA O MEU LAR
    NO DIA QUE EU RETORNAR
    QUERO FESTEJAR COM GRAÇA
    MUITA CERVEJA E CACHAÇA
    UMBU MADURO E CAJÁ
    RIBAÇÃ FRITO NA GRAXA
    PREÁ COZIDO NO MOLHO
    UM FEIJÃO COM PÉ DE PORCO
    TRIPA SECA SEM ASSAR
    ME ESBARDAR COM TUDO ISTO
    EM SÃO JOSÉ DO EGITO
    E NUNCA MAIS SAIO DE LÁ.

    *************************

    NA MINHA TERRA QUERIDA
    QUERO VIVER OUTRA VIDA
    PORQUE DEPOIS DA SAÍDA
    EU SÓ CONSEGUI PASTAR
    PASSEI FOME, PASSEI FRIO
    SEM SABER ONDE CHEGAR
    MUITO SUJO MALTRAPILHO
    ME TORNEI UM ANDARILHO
    SEM SABER QUAL O CAMINHO
    ONDE PUDESSE CHEGAR
    MAIS DEUS OUVIU MINHAS PRECES
    MOSTRANDO QUE O NORDESTE
    É O MEU QUERIDO LAR
    SE FOI LÁ QUE EU NASCI
    LÁ QUE QUE VÃO ME ENTERRAR.

    SOROCABA,12/12/2017.

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