Que o mormaço rasgou sem precisão!
Que acorda bem cedo e sobe um galho
Pra beber de uma gota do orvalho
Pendurada nas garras de uma urtiga
No cabelo molhado da espiga
A lagarta faminta espreme um grão
e um preá rói um talo de feijão
Na vereda da rama do pepino
Esse é o retrato nordestino
Que o mormaço rasgou sem precisão!
Quando a nuvem pesada se levanta
E o trovão lá no céu faz uma prece
No riacho barrento, um sapo desce
Segurado no galho de uma planta
No final do trajeto o bicho canta
Se transforma no rei da sedução
Só precisa uma chuva no verão
pra encher um barreiro de girino
Esse é o retrato nordestino
Que o mormaço rasgou sem precisão!
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