Seguidores

Para Que Vim


Esse blog tem como objetivo difundir a Música Popular Brasileira em geral, seja ela qual for: a música do Sul, a musica do Cariri, a Pajeuzeira ou mesmo outros ritmos de regiões diferenciadas. Nasci no Sertão do Pajeú, lugar onde a poesia jorra com muita facilidade e que os Poetas do Repente cospem versos com uma precisão incrível. Sempre tive esta curiosidade de fazer postagens e construir um blog. Aliás, criar um blog é simples e rápido, mas, o difícil mesmo é mantê-lo vivo e pulsante. Uma tarefa difícil e tem que ser feita com muita dedicação e precisão, sei que às vezes agradamos a uns e desagradamos a outros; também pudera, não somos perfeitos e isso acontece em todas as áreas e campos de trabalho. E para que o blog aconteça, tenho que desafiar o meu tempo e fazer propagar até aqueles que acessam e fazem aquisições de temas no gênero da música, da poesia e outros segmentos da cultura brasileira. Não tenho a experiência de um Blogueiro profissional, mas, como se diz: “Experiência só se conquista com tempo, perseverança e dedicação”. É isso aí, espero que curtam esse espaço que faço com exclusividade para vocês.


Obs.: Do lado direito do seu monitor adicionei uma rádio (Cantigas e Cantos) com a finalidade de que você leia e ao mesmo tempo ouça uma seleção musical exclusivamente feita por mim. Também inserí fotos Antigas da Capital da Poesia (S. José do Egito), fotos retiradas do Baú do Jornalista Marcos Cirano.


Texto: Gilberto Lopes

Criador do Blog.

sábado, 13 de maio de 2017

Poesia: "Falando ao mar", um poema de João Batista de Siqueira "Cancão"

Foto: Imagem/Google

Falando ao Mar

Ô mar soberbo e bravio,
Para que tanto rancor,
Pra que tanto desafio,
Tanta fereza e terror?
Quem te olhar sente espanto
Ao reparar teu encanto
Sente prazer e receio
Tens em ti milhões de impérios
Ninguém revela os mistérios
Que tens ocultos no seio

As tuas infindas plagas
Se removem sempre ao léu
Parece que tuas vagas
Às vezes topam no céu
Te encrespas sem esforço
Espalhas teu grande dorso
Levantas teu busto a esmo
As tuas ondas, revoltas,
Que sobre ti correm soltas
São as sobras de ti mesmo

Vejo as tuas convulsões,
Tuas águas abalarem
Fragorosos borbotões
Descerem, se levantarem
A onda , longe da terra
Dá sentido de uma serra
Por seu modelo perfeito
Tuas vagas desmarcadas
São verdadeiras golfadas
Que arrancas de teu peito

Te arrojas de praia a praia
Tua roupagem tremula
Tens um verde que desmaia,
Regula e se desregula
Como um continuo gemido
Esse teu grande alarido
Tem voz cavernosa r rouca
A onda se forma e ruma
Pra jogar fora a espuma
Que tu conservas na boca

Na hora que te encapelas
Para que tamanho abalo?
Teu corpo desenovela
Sem ninguém poder domá-lo
Até a lua te influi
Tua maré diminui
Mas aumenta todo mês
Te acalmas, te enfureces
És bravo, só obedeces
Ao grande ser que te fez

Tuas águas, com fereza
Umas nas outras mergulham
Nessa continua aspereza
Se embrulham, se desembrulham
Se embaralham, se chocam
Fazem colunas, deslocam
Numa fúria absoluta
Umas são jogadas doutras
Outras se levantam noutras
Nunca terá fim a luta

Mar, pra que tanta potência,
Tanto terror e grandeza?
Essa tua resistência
Já é contra a natureza
Estúpido, forte, fremente,
Misterioso e valente
Nunca sentiste perigo
O teu poder é profundo
Desde que vieste ao mundo
Tens esta glória contigo.

João Batista de Siqueira (Cancão)

*Poesia retirada do Livro Palavras ao plenilúnio de Lindoaldo Campos


CANTIGAS E CANTOS

Nenhum comentário:

Postar um comentário