No varal do quintal da casa dela.
No colégio do bairro ela estudava
E eu matuto com medo me escondia.
Toda vez que na estrada ela passava,
Acanhando ofertava-lhe um bom dia.
Era a flor mais bonita que eu já vi
No jardim da natura e pressenti,
Que devia lutar para ter ela.
Me sentindo feliz e balançado...
Eu deixei um bilhete pendurado,
No varal do quintal da casa dela.
Esperei para a missa ela sair
Com seus pais que gostavam de rezar.
- Eu dizia pra Deus: vou persistir...
E essa flor quero tê-la em meu pomar.
Desta vez eu deixei o acanhamento,
E mais alto falou meu sentimento,
Por aquela menina meiga e bela.
Fiz um verso de amor bem caprichado...
E deixei um bilhete pendurado,
No varal do quintal da casa dela.
Escondido eu fiquei lá no oitão,
Esperando da igreja ela chegar.
Eu senti bater forte o coração,
Vendo a flor que eu queria namorar.
Eram seus pais vindo atrás, ela na frente
E eu de perto, avistando levemente,
Suas mãos destravando uma cancela.
Por amor vale tudo e apaixonado...
Eu deixei um bilhete pendurado,
No varal do quintal da casa dela.
Esperei ela ir para o quintal
E encontrar as palavras que escrevi.
Quando viu o envelope no varal,
Eu senti que sentiu o que senti.
Quando abriu, sorridente leu e pôs
No seu bolso, pensando no depois;
E feliz acenei, frechando ela,
Como quem já dizia outro recado...
Eu deixei um bilhete pendurado,
No varal do quintal da casa dela.
Quando ia à escola no outro dia,
Me parou numa sombra do caminho.
Deu bom dia e senti minha alegria,
Aumentar nos seus gestos de carinho.
Ela disse: - eu amei sua atitude,
Não fui logo lhe ver porque não pude;
E encantado: abracei e beijei ela.
Vivo e moro em seus braços, agarrado...
Igualmente o bilhete pendurado,
Qu'eu deixei no varal da casa dela.
Mote e glosa: Andrade Lima
Em Teresina PI, 26/05/2017.
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