No sertão, um dia, cedo,
Quando raiava a alvorada,
Quando já festivamente
Gorjeava a passarada,
Saí de espingarda à mão
Pra fazer uma caçada.
Orvalhada dos caminhos,
Embevecido, escutando
O trinar dos passarinhos
Que, saudando o arrebol,
Pousavam perto dos ninhos.
Voavam pela campina…
Busquei um alto rochedo
De onde avistava a colina
Naquela hora encoberta
Por um lençol de neblina.
Por sobre a verde milhã.
De um arvoredo distante
Vinha o canto da acauã…
Depois o sol cor de ouro
encheu de luz a manhã.
Contemplando a natureza.
Passei horas deslumbrado
Perante tanta beleza…
Deus nasceu numa manhã,
Lá no sertão, com certeza.
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