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Esse blog tem como objetivo difundir a Música Popular Brasileira em geral, seja ela qual for: a música do Sul, a musica do Cariri, a Pajeuzeira ou mesmo outros ritmos de regiões diferenciadas. Nasci no Sertão do Pajeú, lugar onde a poesia jorra com muita facilidade e que os Poetas do Repente cospem versos com uma precisão incrível. Sempre tive esta curiosidade de fazer postagens e construir um blog. Aliás, criar um blog é simples e rápido, mas, o difícil mesmo é mantê-lo vivo e pulsante. Uma tarefa difícil e tem que ser feita com muita dedicação e precisão, sei que às vezes agradamos a uns e desagradamos a outros; também pudera, não somos perfeitos e isso acontece em todas as áreas e campos de trabalho. E para que o blog aconteça, tenho que desafiar o meu tempo e fazer propagar até aqueles que acessam e fazem aquisições de temas no gênero da música, da poesia e outros segmentos da cultura brasileira. Não tenho a experiência de um Blogueiro profissional, mas, como se diz: “Experiência só se conquista com tempo, perseverança e dedicação”. É isso aí, espero que curtam esse espaço que faço com exclusividade para vocês.


Obs.: Do lado direito do seu monitor adicionei uma rádio (Cantigas e Cantos) com a finalidade de que você leia e ao mesmo tempo ouça uma seleção musical exclusivamente feita por mim. Também inserí fotos Antigas da Capital da Poesia (S. José do Egito), fotos retiradas do Baú do Jornalista Marcos Cirano.


Texto: Gilberto Lopes

Criador do Blog.

sábado, 21 de fevereiro de 2015

Poesia: "Esse é o Nordeste da gente", um poema de Carlos Aires

Foto: Museu do Homem do Nordeste

ESSE É O NORDESTE DA GENTE
Como sertanejo autêntico
Sou procedente do mato,
E vou mostrar com detalhes
O que conheço de fato,
Desse lugar esquecido,
Onde seu povo sofrido
Vive com dificuldade,
Mas, anda de fronte erguida;
De bens, só possui a vida,
E muita dignidade.
Nossa história se transforma
Numa verdadeira saga;
Com originalidade,
Pelo mundo se propaga;
Falam que os nordestinos,
Não passam de peregrinos,
De rudes e analfabetos;
Porém aonde chegamos,
Boas notas conquistamos,
Por sermos muito corretos.
Aqui não temos estudo
Como se tem na cidade;
Mas, mantemos os conceitos,
Da educabilidade;
Num linguajar diferente,
Pronunciamos “oxente”,
“Inté”,“Prumode”, “Pruque”;
“Simsinhô” e“Simsinhora”,
“To pruqui mais vomimbora”
E “Cuma vai vosmicê”.
De manhã por cumprimento!
Dá-se um alegre bom dia;
Em respeito aos mais idosos
Diz: Seu Zé, Dona Maria,
Mantendo a antiga crença,
A criança toma “abença”
A velhinha, ao ancião;
Como é nobre a nossa gente,
Tem um viver diferente,
Mas, é puro o coração.
O cardápio sertanejo
Jamais sai do seu padrão;
É leite, queijo, coalhada,
Carne de bode, pirão,
Feijão de corda, pimenta,
Fava, pamonha, polenta,
Uma galinha guisada,
E assim por detrás de casa,
Num fogareiro de brasa
Carne de sol bem assada.
E a roupa do campesino
Antigamente era assim;
Calça de alvorada ou mescla,
Bramante, caqui, ou de brim,
Umas camisas listradas;
As botas bem engraxadas,
Um cinto largo de sola;
Quando ia para o forró
Era um velho paletó,
Com um broche preso na gola.
Já a cabocla roceira
Bem caprichava na chita,
Nos pés calçava havaianas,
Usava um laço de fita
Na cabeça, e bem charmosa,
Colocava um cravo, uma rosa,
No cabelo, ou na lapela;
Sem pintura ou maquiagem,
Mas, digamos de passagem,
Ficava assim, bem mais bela.
Exaltei nesse poema
Nosso Nordeste oprimido,
O Sertão em que me ufano,
De nesse chão ter nascido;
Ao descrever os perfis,
Dos brejos e Cariris,
Da caatinga ressequida;
Enfim, esse meu torrão,
Causa-me tanta emoção,
Oh! Minha terra querida!
Carlos Aires
Proseando na sombra do juazeiro
Jornal Besta Fubana

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