Sonho muito em deixar de ser poeta
Minha alma andarilha e inquieta,
Já cansou de romper os seus extremos,
Tenho a grande impressão, que o que temos
Já perdeu seu sabor original,
Fica apenas no mundo virtual
Todo dia essa cena se repete
O que faço não passa da internet
Nada vale pra mídia nacional.
Cordelistas, poetas cantadores ,
Repentistas, fiéis aboiadores
Divulgando projetos populares
Sebastião Cirilo, Carlos Aires,
Moacir, Ivanildo, Biu Salvino,
O poeta maior: Júnior Adelino,
Zé Viola, Geraldo e Moacir,
E eu sentar no sofá pra assistir,
Ao mais puro elenco nordestino.
Um desfile de raças de cachorro
Nosso verso ao chorar pedir socorro
Mas programa nenhum lhe dá a mão
Nossa arte criada no sertão,
Possui tantos talentos pra mostrar,
Quero vê Mestre Lemos declamar,
Com Heleno Alexandre de Sapé,
Demonstrando o cordel como ele é,
A mais rica cultura popular.
Jô Soares, Datena, nem Faustão,
Cada dia me dá a impressão
Que a nossa cultura está perdida
Fico aqui neste beco sem saída
Sufocado na minha persistência
A viola, na sua resistência,
Quando toca me diz em som dolente,
Que a barreira que tem na nossa frente
É maior do que nossa inteligência.
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