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Esse blog tem como objetivo difundir a Música Popular Brasileira em geral, seja ela qual for: a música do Sul, a musica do Cariri, a Pajeuzeira ou mesmo outros ritmos de regiões diferenciadas. Nasci no Sertão do Pajeú, lugar onde a poesia jorra com muita facilidade e que os Poetas do Repente cospem versos com uma precisão incrível. Sempre tive esta curiosidade de fazer postagens e construir um blog. Aliás, criar um blog é simples e rápido, mas, o difícil mesmo é mantê-lo vivo e pulsante. Uma tarefa difícil e tem que ser feita com muita dedicação e precisão, sei que às vezes agradamos a uns e desagradamos a outros; também pudera, não somos perfeitos e isso acontece em todas as áreas e campos de trabalho. E para que o blog aconteça, tenho que desafiar o meu tempo e fazer propagar até aqueles que acessam e fazem aquisições de temas no gênero da música, da poesia e outros segmentos da cultura brasileira. Não tenho a experiência de um Blogueiro profissional, mas, como se diz: “Experiência só se conquista com tempo, perseverança e dedicação”. É isso aí, espero que curtam esse espaço que faço com exclusividade para vocês.


Obs.: Do lado direito do seu monitor adicionei uma rádio (Cantigas e Cantos) com a finalidade de que você leia e ao mesmo tempo ouça uma seleção musical exclusivamente feita por mim. Também inserí fotos Antigas da Capital da Poesia (S. José do Egito), fotos retiradas do Baú do Jornalista Marcos Cirano.


Texto: Gilberto Lopes

Criador do Blog.

segunda-feira, 28 de julho de 2014

Poesia: "Conversa de cachaceiro", por Ismael Gaião


CONVERSA DE CACHACEIRO

A vizinha lá de casa,
Que há poucos dias é crente,
Vive de me encher o saco,
Mais do que qualquer parente.
- Se livre dos belzebus,
Meu filho, aceite Jesus!
Dando uma de mãezona.
Mas eu já embriagado
Respondo logo arretado:
- Ele não me adiciona!

Por que é que você bebe?
Me perguntou outro dia.
- Eu bebo porque é líquido
Se fosse sólido eu comia.
E ela com cara de espanto:
- E precisa beber tanto?
Eu respondi sem ofensa:
- Só bebo socialmente,
Mas eu tenho atualmente,
Vida social intensa.

Mas não bebo tanto assim
Como você quer dizer.
Bebo seis meses por ano
E passo seis sem beber.
- Deixe de ser descarado
Você vive embriagado
Não passa de um beberrão.
Mas não bebo doze meses,
Já lhe disse várias vezes:
Eu bebo um dia’outro não.

- Você bebe todo dia!
Inda me fala besteira?
Eu disse é mentira sua,
Só bebo em dias de feira...
Bebo de segunda a sexta.
No “sábo”, que não sou besta,
Vou pra feira de Condado.
No domingo o dia inteiro
Eu sou mais um cachaceiro
Lá na feira do mercado.

- Você bebe muito álcool,
Vive tombando na praça.
- Eu não bebo álcool, não!
Só quando não tem cachaça.
- Você é “bebo” nojento,
Cheira à cana, fedorento,
Ô homem desmantelado!
E você é muito feia.
Fico assim de cuca cheia,
Mas amanhã tô curado.

Você vai findar morrendo,
Pois tá bebendo demais.
Eu disse é engano seu,
Porque eu não bebo mais!
- Você bebe pra lascar
E ainda quer me enrolar
Com essa barbaridade?
Respondi: preste a atenção,
Não tô bebendo mais não,
Bebo a mesma quantidade.

Por que é que você bebe
Se isso é tão esquisito?
Eu lhe respondi na bucha
- Bebo pra ficar bonito!
Quando eu chego bom em casa
Minha mulher me arrasa,
Pois não me dá nem um grito.
Mas s’eu chego embriagado
Ela me olha de lado
E logo me diz: bonito!

Certa vez lhe perguntei,
Já naquele cai não cai:
Quando a gente toma umas
Pra onde é que a cana vai?
- Pra que a gente se esmoreça
Vai do bucho pra cabeça,
Ela respondeu na hora.
Mas ouvindo o que eu ouvi,
Eu logo lhe respondi:
Não vai não, minha senhora!

Quando não estou em casa
E um amigo me procura,
Minha mulher irritada
Já responde sem brandura:
Se’le não está contigo
Deve estar com algum amigo,
Como toda vez que sai.
Tá nessa vida mundana
Enchendo o rabo de cana...
- É pra lá que a cana vai.


Ismael Gaião
Recife, 25 de julho de 2014
Ismael Gaião

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