Poesia: "Brincando com os sonhos de um poeta", por Renato Santos

BRINCANDO COM OS SONHOS DE UM POETA

Sua pele marcou a minha alma
Como o ferro que marca a carne crua
Mas o erro foi meu por não ter calma
E ir atrás de seu rosto em sua rua
Se o peito aprende quando erra
Nesse amor o cenário virou guerra
E eu saí perdedor nos dois sentidos
Mas o tempo é o remédio para as dores
E quem sabe eu aprenda que os amores
De poetas não são correspondidos

Essa marca que a alma vai levar
Estampada no peito em cicatriz
Só o tempo é remédio pra curar
Mesmo assim vou viver sempre infeliz
Se eras tu que não tinha confiança
Que o amor de poeta um dia avança
Vou dizer a verdade mais completa
Se enganaste de vez, minha querida
Se quiser brinque até com minha vida
Mas não brinque com os sonhos de um poeta

Eu não quero ter fama sem amor
Sem amor pra que fama eu vou querer
Se a fama é o remédio para a dor
E a dor o sintoma pra sofrer
De que vale ter nome, fama ou luxo
Se no fim nem a bala de um cartuxo
Vai valer pelo preço dessa vida 
Hoje eu vi que o teu sonho me afeta
Nunca toque nos sonhos de um poeta
Que o poeta sem sonhos se liquida

Renato Santos