
"Eu pessoalmente, sou viciado em música. Ela me inspira de maneira incrível e a música brasileira é muito rica. Cada cantor retratado tem histórias ricas para contar. Acho que a gente consegue unir as duas coisas nos filmes", declara Paulo Henrique, diretor de "Loki", sobre a recente leva bons retratos musicais do cinema. Ele participa da Mostra Canal Brasil com dois longas. Além do filme sobre o ex-Mutantes, apresenta "Dossiê Jango", documentário de 2012 sobre a morte do ex-presidente do Brasil João "Jango" Goulart.
Embora com dois personagens de universos bastante diferentes, ele reforça que, em ambos, o ponto de intercessão é precisamente a força da história de cada um dos personagens. "Quando a gente começou a fazer o filme do Arnaldo, em 2005, minha preocupação não foi fazer filme musical. Foi contar a historia de uma pessoa. A preocupação é contar bem a história, independente de ser músico ou não", explica o realizador.
O impacto do filme de Arnaldo Baptista, por exemplo, para o diretor deveu-se não apenas ao sucesso das canções dos Mutantes, mas a saga de herói que tinha o personagem, que passou da fama com o grupo tropicalista ao ostracismo, sofreu um acidente grave e conseguiu se reerguer através de outra arte, a pintura.

Entre os que ainda não chegaram ao circuito comercial na programação do Festival, "Olho Nu" vem cercado de expectativa e promete ser um prato cheio para os fãs de música brasileira. Conhecido pela discrição quanto à sua vida pessoal, Ney Matogrosso abriu seu arquivo pessoal para o diretor Joel Pizzini. O longa-metragem inclui registros em áudio e imagem, tanto da vida pessoal do artista, como de antológicas performances. O filme é definido como um "espetáculo-síntese" de sua trajetória, incluindo material de palco de apresentações recentes de Ney. O filme encerra a programação de quarta-feira, dia 11, exibido às 20 horas, no Cinema do Dragão do Mar.
Ampliando o leque para a música latino-americana, a não menos admirada no Brasil, Mercedes Sosa, protagoniza a exibição de quinta-feira, também às 20 horas, no Cine Dragão. "Mercedes Sosa - A voz de América Latina", título original, é o segundo documentário sobre a cantora dirigido pelo cineasta Rodrigo H. Vila, que em 2009 assinou "Mercedes Sosa: cantora, un viaje íntimo".
Conhecida internacionalmente, a argentina Mercedes Sosa teve grande sucesso na década de 1970 no Brasil, gravando ao lado de ícones nacionais como Chico Buarque, Milton Nascimento, Fagner, Caetano Veloso e Gal Costa. O filme resgata desde a juventude da cantora, ainda não conhecida, entre as décadas de 1950 e 1960, passando pela fama, as lutas que assumiu durante sua trajetória, seu ativismo político. Tudo com grande apelo visual e, claro, musical.
A programação desta edição do Cine Ceará está dividida entre as salas de cinema do CDMAC, o auditório da Unifor, a Caixa Cultural (que abriga os filmes de jovens cineastas cearenses, na Mostra Olhar do Ceará), contando ainda com debate com realizadores no auditório do Seara Praia Hotel. Os ingressos são gratuitos e devem ser adquiridos meia hora antes das sessões.
Confira trailer
Música no Cine Ceará
Mostra competitiva (longas)
11/09, às 20h - "Olho nu" (2013), de Joel Pizzini, no cinema do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura
12/09, às 20h - "Mercedes Sosa" (2013), de Rodrigo H. Vila, no CDMAC
Mostra Canal Brasil
De 9 a 12 de setembro, no auditório da Biblioteca Unifor
9/09, às 9h30 - "Dzi Croquettes" (2009), de T. Issa e Raphael Alvarez
10/09, às 9h30 - "O Filho do Holocausto" (2012), de Pedro Bial e Heitor D`Alincourt
11/09, às 9h30 - "Loki" (2008), de Paulo Henrique Fontenelle
11/09, às 15h30 - "Rock Brasília" (2010), de Vladimir Carvalho
12/09, às 9h30 - "Canções do Exílio" (2010), de Geneton Moraes Neto
FÁBIO MARQUES
REPÓRTER
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