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Esse blog tem como objetivo difundir a Música Popular Brasileira em geral, seja ela qual for: a música do Sul, a musica do Cariri, a Pajeuzeira ou mesmo outros ritmos de regiões diferenciadas. Nasci no Sertão do Pajeú, lugar onde a poesia jorra com muita facilidade e que os Poetas do Repente cospem versos com uma precisão incrível. Sempre tive esta curiosidade de fazer postagens e construir um blog. Aliás, criar um blog é simples e rápido, mas, o difícil mesmo é mantê-lo vivo e pulsante. Uma tarefa difícil e tem que ser feita com muita dedicação e precisão, sei que às vezes agradamos a uns e desagradamos a outros; também pudera, não somos perfeitos e isso acontece em todas as áreas e campos de trabalho. E para que o blog aconteça, tenho que desafiar o meu tempo e fazer propagar até aqueles que acessam e fazem aquisições de temas no gênero da música, da poesia e outros segmentos da cultura brasileira. Não tenho a experiência de um Blogueiro profissional, mas, como se diz: “Experiência só se conquista com tempo, perseverança e dedicação”. É isso aí, espero que curtam esse espaço que faço com exclusividade para vocês.


Obs.: Do lado direito do seu monitor adicionei uma rádio (Cantigas e Cantos) com a finalidade de que você leia e ao mesmo tempo ouça uma seleção musical exclusivamente feita por mim. Também inserí fotos Antigas da Capital da Poesia (S. José do Egito), fotos retiradas do Baú do Jornalista Marcos Cirano.


Texto: Gilberto Lopes

Criador do Blog.

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

MIMO 2013 >>Gilberto Gil onde ele se sente melhor: no palco e ao ar livre

 / Foto: Priscila Buhr/JC Imagem

“Há várias maneiras de se cantar e fazer música brasileira. Gilberto Gil prefere todas. Assim, ele se entende com o público. E daí, o espanto dos incautos que não entendem (ou aceitam) a extraordinária musicalidade de Gil e o modo pelo qual ele aprende e pode utilizar - do jeito mais pessoal - qualquer forma musical nossa, do baião ao samba, da marcha-rancho à canção romântica”. O parágrafo é pinçado do texto assinado por Torquato Neto (1944/1972), para a contracapa de Louvação (1967) do álbum De estreia de Gilberto Gil.

Gil lembra o comentário de Torquato, ao conversar, por telefone, sobre o show que apresenta, com a Orquestra de Sopros da Pro Arte, sábado, na Praça do Carmo, em Olinda, encerrando a programação da Mimo 2013. Será a segunda vez que ele canta com a OSPA. Além deste show, Gil está fazendo o que gosta do palco. Ele  confessa que lhe agrada muito concertos como o de sábado pela Mimo, em espaços abertos e gratuitos. “É muito bom estar ali, ao ar livre, o teto é o firmamento. São geralmente lugares populares, franqueados ao público. E tem ainda a coisa da acústica. Embora encontre teatro em que o tratamento acústico é muito bom, no espaço aberto a acústica é facilitada, e tem ainda o prazer do envolvimento do público e artista de forma mais natural”.



O show com a Orquestra de Sopros da Pro Arte é um projeto feito para homenageá-lo quando completou 70 anos, em 2012. “Uma coisa deles, que vêm homenageando compositores brasileiros. Eu aceitei participar, gosto muito do trabalho que eles fazem. É uma coisa simples, músicos crianças e adolescentes formando-se em música, familiarizando-se com os arranjos. O que fica simbolizado no emprego da flauta doce, instrumento básico no ensino da música, mas também empregam muita percussão, baseados nos vários ritmos brasileiros.


 No repertório estão composições, umas mais, outras menos conhecidas, de Gil, com arranjos de músicos da OSPA: Beira-mar, Amor até o fim, Viramundo, Extra, Expresso 2222, De onde vem o baião, Drão, Roda, Lunik 9, Eu vim da Bahia, (“Sítio do pica-pau amarelo”) e Mar de Copacabana. Gilberto Gil pode ser visto também na programação da Mimo no filme Tropicália, elogiado documentário de Marcelo Machado que incensou na geração nascida nos anos 90 o interesse pelo tropicalismo e pelo udigri dos anos 70. Neste segundo, a figura do carioca Jards Macalé (cujo pai era olindense) paira soberana. Macalé se apresenta, antes de Gilberto Gil, no mesmo palco da praça do Carmo, com a banda Let’s play that, e apresenta uma retrospectiva de 40 anos de carreira, a contar. Contemporâneos e comungando inquietudes assemelhadas, dificilmente os dois irão se cantar juntos sábado: “Acho que não vai haver ese encontro porque não sei como ele está, nos vemos poucos. Naturalmente vamos nos avistar como colegas, somos amigos”.
CARLOS FERNANDO - “Gilberto baiano meu amigo do peito/em cima ou embaixo/aquele abraço, meu nego”, os versos iniciais de Lenha no fogo, de Carlos Fernando, faixa do primeiro álbum da série Asas da América cita Gil, que participou de duas edições do projeto. Os dois se conheceram em abril de 1967, quando Gilberto Gil se apresnetou pela primeira na capital pernambucana, e começava a divulgar seu LP de estreia, Louvação, ainda em acetato. Carlos Fernando foi o cicerone de Gilberto Gil a Caruaru, e quem lhe levou para conhecer a banda de pífano dos Irmãos Biano. A ideia de misturar o diamante bruto da Banda de Pífano e Caruaru, com o rubi extremamente lapidado dos Beatles foi a centelha que acendeu a fogueira cujas labaredas se espalharam pela MPB com o nome de tropicalismo.

Gil ainda não sabia do falecimento do amigo (no dia 1º de setembro): “Ele me apresentou a uma porção de coisas. Me apresentou a Lia, ainda mocinha, em Itamaracá, gravou um cassete com cirandas, que mais tarde eu utilizaria em alguns trabalhos. Me mostrou o panorama variados de coisas que há em Pernambuco. Também me articulou com muita gente, foi por ele que conheci Naná Vasconcelos. Nos encontramos pela última vez no Recife, naquele encontro que celebrava os 50 anos do TPN”.

PROGRAMAÇÃO - A décima edição da Mostra Internacional de Música de Olinda (este ano reforçada com patrocínio do Bradesco), começou em Paraty (Rio), de 23 a 25 de agosto. A programação foi quase idêntica á de Ouro Preto (MG), de 29 de agosto, a 1º de setembro. Em Ouro Preto foi a segunda edição. Em Paraty, cidade histórica, de intensa movimentação turística, os shows foram bastante concorridos. No palco principal, sobretudo, onde se apresentaram, entre outros, o americano Herbie Hancock (em se único show no festival), os portugueses do Madredeus, e João Bosco, no show de 40 anos de carreira. Mas concertos de nomes menos badalados, também levaram ótimo público à Igreja Matriz N.Sa dos Remédios, a exemplo do alemão Stephen Micus, um mestre de vários e diversificados tipos de instrumentos, que executa de forma sutil e minimalista. MIcus também se apresentou e Ouro Preto.

A música normalmente atrai mais gente aos festivais, porém a Mimo tem o diferencial dos filmes que têm a música como tema. Já é responsável pela maior mostra do gênero no país. Em Olinda o festival vai de amanhã até sábado, também com debates e eventos didáticos. Toda a programação gratuita, e pode ser conferida no site: www.mimo.art.br/

José Teles
Hornal do Commercio

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