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Para Que Vim


Esse blog tem como objetivo difundir a Música Popular Brasileira em geral, seja ela qual for: a música do Sul, a musica do Cariri, a Pajeuzeira ou mesmo outros ritmos de regiões diferenciadas. Nasci no Sertão do Pajeú, lugar onde a poesia jorra com muita facilidade e que os Poetas do Repente cospem versos com uma precisão incrível. Sempre tive esta curiosidade de fazer postagens e construir um blog. Aliás, criar um blog é simples e rápido, mas, o difícil mesmo é mantê-lo vivo e pulsante. Uma tarefa difícil e tem que ser feita com muita dedicação e precisão, sei que às vezes agradamos a uns e desagradamos a outros; também pudera, não somos perfeitos e isso acontece em todas as áreas e campos de trabalho. E para que o blog aconteça, tenho que desafiar o meu tempo e fazer propagar até aqueles que acessam e fazem aquisições de temas no gênero da música, da poesia e outros segmentos da cultura brasileira. Não tenho a experiência de um Blogueiro profissional, mas, como se diz: “Experiência só se conquista com tempo, perseverança e dedicação”. É isso aí, espero que curtam esse espaço que faço com exclusividade para vocês.


Obs.: Do lado direito do seu monitor adicionei uma rádio (Cantigas e Cantos) com a finalidade de que você leia e ao mesmo tempo ouça uma seleção musical exclusivamente feita por mim. Também inserí fotos Antigas da Capital da Poesia (S. José do Egito), fotos retiradas do Baú do Jornalista Marcos Cirano.


Texto: Gilberto Lopes

Criador do Blog.

quinta-feira, 3 de janeiro de 2019

Crônica: "Festa de Reis na Rua da Baixa", por Vera Leite




Vestido de pele-de-ovo, camisa de volta-ao-mundo, tudo isso era moda. Carro da Pitú* (sic) distribuindo cachaça para os inúmeros apreciadores da aguardente. Festa do povo. Povão. Não havia separação na Rua da Baixa, todo mundo era igual. Um espetáculo bom para se ver aos olhos dos hóspedes do Hotel Central que assistiam tudo gratuitamente.
            Dançar ciranda de mãos dadas e depois chupar rolete-de-cana-na-taboca, tomar refresco Ki-Suki quente com pão-doce ou mesmo comer maria-mole, tudo isso, oferecido à venda numas pequenas e singelas mesas de madeira, que se enfileiravam ao longo da rua e depois se divertir no carrossel até ficar tonto e vomitar. Luzes, muitas luzes e colorido caracterizavam o ambiente. As músicas do parque de diversão se confundiam com as cirandas de Lia de Itamaracá que tocavam no “carro de Otoni”. “Esta ciranda quem me deu foi Lia que mora na Ilha de Itamaracá...”. inesquecível canção.
            Todos queriam ver a mulher que se transformava em gorila diante de seus olhos. Ficavam todos muito espremidos naquele cubículo escuro até que uma bela jovem se transformava em gorila. Incrível! 
            Bingo? Sim. Esperar a pedra “boa”. Ouvir o locutor de o bingo dizer: “- de rombo”, quando se tratava de uma dezena que terminava em zero, era engraçado.
            Tinha barracas prontas e bem ornamentadas para fotografias, com paisagens ao fundo e até alguns acessórios, cavalinhos, chapéus, etc etc.
            A Ladeira da Rua da Baixa era um ror de gente subindo e descendo a noite inteira. A felicidade estava estampada na face de cada um. Era o maior acontecimento do ano pelas redondezas. Todos os habitantes da Zona Rural vinham em cima de carros, cavalos, como pudessem para prestigiar a Festa de Reis em São José do Egito.
            O Bambuzinho e o Recanto da Juventude ficavam lotados, as moças de família davam preferência ao Bambuzinho, “boate de classe”, mas não se pode negar que no fundo todas gostariam de ir ao Recanto da Juventude, com jogo de luzes piscando e a fantástica “luz-negra”. Fato é que, com o passar dos anos, ambas as boates eram frequentadas por todos, sem distinção.
            Alta madrugada. Silêncio, frio e a certeza de que “amanhã, tudo de novo”. Depois de quatro dias de festas... a saudade. Lágrimas rolavam ao ouvir o Carro da Pitú se despedir com a saudosa música “Eu vou embora, eu vou embora, eu vou embora adeus até outro dia...”
            Tudo isso soa tão estranho. Eu disse estranho? Com certeza não, para quem teve a graça de desfrutar as saudosas Festas de Reis nas décadas de 70 e 80. inFelizmente tudo muda e nada será como antes, porém, o sentido que cada um atribui aos momentos vividos, estes sim, são essenciais. 


Fonte: Blog Anauê aê

3 comentários:

  1. EITA, SAUDADES, E DAS GRANDES, TIVE O PRAZER DE TER VIVIDO ESSA ÉPOCA, EM SÃO JOSÉ, VALEU.

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  2. Simplesmente espetacular a postagem,. tive o prazer e a felicidade de ter vivido esses momentos. valeu.

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