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Esse blog tem como objetivo difundir a Música Popular Brasileira em geral, seja ela qual for: a música do Sul, a musica do Cariri, a Pajeuzeira ou mesmo outros ritmos de regiões diferenciadas. Nasci no Sertão do Pajeú, lugar onde a poesia jorra com muita facilidade e que os Poetas do Repente cospem versos com uma precisão incrível. Sempre tive esta curiosidade de fazer postagens e construir um blog. Aliás, criar um blog é simples e rápido, mas, o difícil mesmo é mantê-lo vivo e pulsante. Uma tarefa difícil e tem que ser feita com muita dedicação e precisão, sei que às vezes agradamos a uns e desagradamos a outros; também pudera, não somos perfeitos e isso acontece em todas as áreas e campos de trabalho. E para que o blog aconteça, tenho que desafiar o meu tempo e fazer propagar até aqueles que acessam e fazem aquisições de temas no gênero da música, da poesia e outros segmentos da cultura brasileira. Não tenho a experiência de um Blogueiro profissional, mas, como se diz: “Experiência só se conquista com tempo, perseverança e dedicação”. É isso aí, espero que curtam esse espaço que faço com exclusividade para vocês.


Obs.: Do lado direito do seu monitor adicionei uma rádio (Cantigas e Cantos) com a finalidade de que você leia e ao mesmo tempo ouça uma seleção musical exclusivamente feita por mim. Também inserí fotos Antigas da Capital da Poesia (S. José do Egito), fotos retiradas do Baú do Jornalista Marcos Cirano.


Texto: Gilberto Lopes

Criador do Blog.

segunda-feira, 28 de maio de 2018

Poesia: "Sonho de um poeta", um poema de João Batista de Siqueira "Cancão"


SONHO DE UM POETA
  
Dormi, dormi na velhice
Sonhei que era pequeno
Senti o zéfiro brando
Soprar, suave e sereno
Aromatizando as plagas
Do meu sagrado terreno

Ausente do meu torrão
Grande saudade me encerra
Na grata imaginação
Lá da palhoça da serra
Dormindo, o sonho levou-me
Aos campos de minha terra

Minha terra tem palmeiras
Tem bosques, carnaubais
Tem vales, tem serranias
Gigantescos laranjais
Outra terra como a minha
Eu sei que não vejo mais

O vento da minha terra
Eu acho mais perfumado
O sol é mais luminoso
O céu é mais estrelado
As noites são mais serenas
O mundo, mais descampado

Por sonho via os verdores
Daquela terra querida
A brisa soprava lenta
Dentro da veiga florida
Quebrando o grande silêncio
Da floresta adormecida

As brisas nos mangueirais
Perpassavam com meiguice
Onde meus pais descansavam
Das fadigas da velhice
Olhando eu colher as flores
Cheirosas da meninice

Olhava as lindas chapadas
Onde cantava o xexéu
Lugares onde eu brincava
Descuidado, sem chapéu
Correndo à margem dos lagos
Olhando as sombras do céu

Por sonho via os coqueiros
De monstruosos tamanhos
Ouvia a voz dos pastores
Admirava os rebanhos
Via os lagos em que eu
Tomei os primeiros banhos

Via os verdejantes bosques
As esplanadas mais belas
Pareciam um mar de luz
Os rosais, as caravelas
As aves, as mariantes
Que viviam dentro delas

A mata densa e florida
Se estendia divina
Os orvalhos tremulavam
Porque o véu da neblina
Se desdobrava sereno
Na majestosa campina

O cheiro de várias flores
Aromatizava os prados
O coqueiro erguia a fronde
Pelos ventos perfumados
Que vinham lá dos confins
Dos campestres matizados

Os grandes jacarandás
Faziam grossas colunas
Os sabiás procuravam
Alguns fragaços nas dunas
Para a construção dos ninhos
Na copa das cabiúnas

Eram quase sete horas ...
Depois de ter despertado
Na grande imaginação
Do que havia sonhado
Senti saudades do berço
Que fui nascido e criado

Este sonho eu nunca mais
Afastei do pensamento
Fiz dentro do coração
Um forte revestimento
Pra suportar a saudade
Que chega a todo momento

Todo sonho é ilusão
Posso afirmar seriamente
Dormindo se sonha, às vezes,
Noutro lugar diferente
Acho que seja por causa
Do pensamento da gente.

João Batista de Siqueira “Cancão”
 
Poema extraído do livro: “Palavras ao plenilúnio” de Lindoaldo Campos

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