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Esse blog tem como objetivo difundir a Música Popular Brasileira em geral, seja ela qual for: a música do Sul, a musica do Cariri, a Pajeuzeira ou mesmo outros ritmos de regiões diferenciadas. Nasci no Sertão do Pajeú, lugar onde a poesia jorra com muita facilidade e que os Poetas do Repente cospem versos com uma precisão incrível. Sempre tive esta curiosidade de fazer postagens e construir um blog. Aliás, criar um blog é simples e rápido, mas, o difícil mesmo é mantê-lo vivo e pulsante. Uma tarefa difícil e tem que ser feita com muita dedicação e precisão, sei que às vezes agradamos a uns e desagradamos a outros; também pudera, não somos perfeitos e isso acontece em todas as áreas e campos de trabalho. E para que o blog aconteça, tenho que desafiar o meu tempo e fazer propagar até aqueles que acessam e fazem aquisições de temas no gênero da música, da poesia e outros segmentos da cultura brasileira. Não tenho a experiência de um Blogueiro profissional, mas, como se diz: “Experiência só se conquista com tempo, perseverança e dedicação”. É isso aí, espero que curtam esse espaço que faço com exclusividade para vocês.


Obs.: Do lado direito do seu monitor adicionei uma rádio (Cantigas e Cantos) com a finalidade de que você leia e ao mesmo tempo ouça uma seleção musical exclusivamente feita por mim. Também inserí fotos Antigas da Capital da Poesia (S. José do Egito), fotos retiradas do Baú do Jornalista Marcos Cirano.


Texto: Gilberto Lopes

Criador do Blog.

segunda-feira, 23 de abril de 2018

Poesia: "Cantador de martelo agalopado martelando oponentes na peleja", um poema de Wedmo Dantas Mangueira Neto


















Cantador de martelo agalopado
Martelando oponentes na peleja.


Cantador nordestino, num martelo,
Sobre assunto qualquer faz improviso.
Para tudo que existe, se preciso,
Cria sempre algum verso tão belo.
Quando empunha a viola num duelo
Contra algum oponente não fraqueja.
O seu canto é cutelo que verseja
Desferindo o cruel mote amolado.
Cantador de martelo agalopado
Martelando oponentes na peleja.

Um martelo bem feito é mais que prece
Na viola afinada do repente.
Se ajoelha depressa o oponente
Quando escuta o martelo que merece,
Tão potente que, às vezes, se parece
Com trovão no sertão quando troveja,
Com serpente no chão quando rasteja,
Ou bezerro no berro malcriado.
Cantador demarteloagalopado
Martelando oponentes na peleja.

Cantador nordestino noite afora,
Carregando a viola, não tem medo,
Caminhando sozinho no lajedo,
Se brincar, faz tremer até caipora.
Nego d’água até mesmo se descora
Quando escuta a cantiga sertaneja
E o saci, assustado, sacoleja
Com a força do seu palavreado.
Cantador de marteloagalopado
Martelando oponentes na peleja.

Se a palavra sozinha é perigosa,
Mais cortante que lâmina afiada,
Imagine a palavra recitada
Num martelo certeiro em mote e glosa.
Some a isso a garganta poderosa,
Que em duelo nem mesmo pestaneja,
Pois duelo é somente o que deseja,
E teremos, portanto, um arretado
Cantador de martelo agalopado
Martelando oponentes na peleja.

Wedmo Dantas Mangueira Neto 

Pedro Malta – Repentes, motes e glosas
Jornal Besta Fubana

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