Morreu, na
manhã desta quinta-feira (17), aos 78 anos, o ator Paulo Silvino, que lutava
contra um câncer no estômago. Segundo a Central Globo de Comunicação, o
humorista morreu em casa, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, no início da
manhã. Em redes sociais, o filho mais novo do ator, João Paulo Silvino, lamentou
a morte do pai. "Que Deus te receba de braços abertos meu pai amado".
“Ser comediante nasceu por acaso. Talvez seja pela minha desfaçatez,
porque eu nunca tive inibição de máquina. Tenho tranquilidade com a câmera e
tive vantagem em televisão por isso. O riso dos cinegrafistas é o meu
termômetro”. Paulo Silvino.
Segundo a
família, Silvino chegou a ser submetido a uma cirurgia no ano passado, mas o
câncer se espalhou e a opção da família foi que ele fizesse o tratamento em
casa. A filha do humorista, Isabela Silvino, também usou as redes sociais para
falar sobre a morte do pai. "Amigos, obrigada por todas as mensagens.
Ainda estou naquele processar isso tudo. Mas posso dizer que ele foi bem. Sem
sofrer.", afirmou.
Os amigos
também lamentaram a morte de Silvino. “Um dia triste. O Paulo Silvino é um
super artista. A gente falando aqui nesses tempos de Pop Star (programa
dominical da TV Globo), é bom lembrar que o Paulo Silvino foi um dos primeiros
pop star do Brasil, um dos primeiros atores que cantava, teve disco gravado na
época da Jovem Guarda, foi roqueiro, quer dizer, foi um homem de mil facetas. E
pra mim, em especial, ele foi uma espécie de padrinho porque minha primeira
aparição na TV foi junto dele no Balança Mais Não Cai e eu tinha só oito anos
de idade. Quero mandar meus sentimentos para a família”, disse o amigo e também
ator Lúcio Mauro Filho.
O artista
estreou na TV Globo em 1966, apresentando o Canal 0, programa humorístico que
satirizava a programação das emissoras de TV.
Paulo Ricardo
Campos Silvino cresceu nas coxias do teatro e nos bastidores da rádio. Isso
porque seu pai, o comediante Silvério Silvino Neto, conhecido por realizar paródias
de figuras públicas no Brasil dos anos 1940 e 1950, levava o menino para
acompanhar seu trabalho. Paulo Silvino também mostrava talento para a música,
revelado durante as aulas que tinha com a mãe, a pianista e professora Noêmia
Campos Silvino.
“Eu nasci
nisso. Com seis, sete anos de idade, frequentava os teatros de revista nos
quais o papai participava. Ele contracenava com pessoas que vieram a ser meus
colegas depois, como o Costinha, a Dercy Gonçalves.”, disse o ator em
entrevista ao Memória Globo.
Filho de Silvinmo lamentou a morte em redes sociais (Foto: Reprodução / Facebook)
Paulo Silvino no Zorra Total, em 2010 (Foto: Blenda Gomes / TV Globo / Arquivo)
Paulo Silvino, no papel de Severino, posa para foto com Thalita Carauta e Rodrigo Sant'anna durante gravações do programa Zorra Total em setembro de 2011 (Foto: Renato Rocha Miranda/Globo)
Vida artística
Autor de bordões que não saem da
boca do povo, Paulo iniciou a carreira no rádio, mas já nos anos 1960 se juntou
ao elenco da TV Rio. Entre idas e vindas na Globo, estrelou Balança Mas Não
(1968) e teve destaque nos programas humorísticos Faça Humor, Não Faça Guerra
(1970), Uau, a Companhia (1972), Satiricom (1973), Planeta dos Homens (1976), e
Viva o Gordo (1981). Em Zorra Total (1999), seu personagem Severino (que
analisa "cara e crachá") se tornou popular.
Silvino nasceu
no Rio de Janeiro em 27 de julho de 1939 e pisou num palco pela primeira vez
aos nove anos de idade, quando se atreveu a soprar as falas para um ator de uma
peça que o pai participava. Na adolescência, ele se apresentava como crooner de
um conjunto de rock, acompanhado por músicos como Eumir Deodato (acordeon),
Durval Ferreira (guitarra) e Fernando Costa (bateria).
Seu lado cômico
já se manifestava durante os números do quarteto. Quando cantava Singin' in the
Rain, por exemplo, costumava abrir um guarda-chuva no palco. A primeira
performance profissional aconteceu em 1956. Anunciado como Paulo Ricardo, para
evitar associações com o pai, cantou dois sucessos de Little Richards para a
platéia do Programa César de Alencar, na Rádio Nacional. Durante a
apresentação, rasgou as próprias roupas e, apoteoticamente, comeu o medalhão de
"ouro" que estava usando, na verdade, um biscoito pintado de amarelo.
Na década de
1970, o comediante trabalhou nos programas Faça Humor, Não Faça Guerra (1970),
Uau, a Companhia (1972), Satiricom (1973) e Planeta dos Homens (1976). Deixou
sua marca como intérprete de personagens lunáticos e criou bordões absurdos
como "Ah, eu preciso tanto!", "Eu gosto muito dessas
coisas!", "Guenta! Ele guenta!", "Ah, aí tem!" e
"Dá uma pegadinha!".
Por G1 Rio
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