Deixou o chão ressecado
Vaqueiro sem ter mais gado
Pra vaquejar aboiando
O sertanejo chorando
Sem da chuva ter lembrança
Volta a rir como a criança
No mesmo chão que chorou
Sertão que a chuva pintou
Com tintas da esperança.
Na luta contra a pobreza
Onde própria natureza
Lhe deixou desprotegido
Tanto trabalho perdido
Sofreu com perseverança
Festeja olhando a bonança
Que a fartura provocou
Sertão que a chuva pintou
Com tintas da esperança
E acidentados barrancos
A água dá solavancos
Sopapeando os gravetos
Engolindo os esqueletos
Onde a fome era a herança
A correnteza se lança
E leva o que a seca deixou
Sertão que a chuva pintou
Com tintas da esperança
A névoa cobre o nascente
A sombra veste o poente.
E a chuva desce caindo
A sertaneja sorrindo
Festeja ao ritmo da dança
Molhando a bonita trança
Nos pingos que o céu mandou
Sertão que a chuva pintou
Com tintas da esperança.
Mote: do autor
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