Bonito é ver Ribaçã
Em ano bom de inverno
Quando a flora muda o terno
Da ribanceira e da chã.
Mas, ver também Jaçanã
Cantando e não faz careta
Formosa como Tiêta
Com toda sua elegância
E traz na pena a fragrância
Da FLOR DA JUREMA PRETA.
O meu Sertão é bonito
Em ano de invernada
E o cantar da passarada
Acaba todo esquisito.
Eu vejo o belo Lorito
Escapando da cruzeta
Do chumbo, dá espoleta
No galho do Marmeleiro
Depois vai sentir o cheiro
Dá FLOR DA JUREMA PRETA.
De manhã, sinto o orvalho
Na rama da Jitirana
No Juazeiro a Iguana
Brincando em cima do galho.
Na roça, um espantalho
Que mais parece o capeta
E São José, estafeta
Trazendo chuva do Céu
Transforma num lindo véu
A FLOR DA JUREMA PRETA.
Até o Fura Barreira
Na Alvorada do dia
Labuta com simetria
No Barro e na buraqueira.
A sua mente é caseira
O bico de uma Marreta
Parece tocar Corneta
Depois de todo labor
Se banha com o olor
Da FLOR DA JUREMA PRETA.
Na oficina da Terra
O Grilo trila no monte
Quando o Sol no Horizonte
Aponta por traz da Serra.
A passarada não erra
Harmonizando o Planeta
Poeta pega a caneta
Como se fosse pincel
Pintando no seu painel
A FLOR DA JUREMA PRETA.
E a Sabiá Laranjeira
Majestosa Sabiá
Na copa do Pé de Ingá
Encanta toda a Ribeira.
Se esconde na Cajazeira
Pra vê- la, só de luneta
E a Pimenta Malagueta
Ela come e afina a voz
Depois vem cantar pra nós
NO PÉ DA JUREMA PRETA.
Poeta Antônio Carneiro
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