Seguidores

Para Que Vim


Esse blog tem como objetivo difundir a Música Popular Brasileira em geral, seja ela qual for: a música do Sul, a musica do Cariri, a Pajeuzeira ou mesmo outros ritmos de regiões diferenciadas. Nasci no Sertão do Pajeú, lugar onde a poesia jorra com muita facilidade e que os Poetas do Repente cospem versos com uma precisão incrível. Sempre tive esta curiosidade de fazer postagens e construir um blog. Aliás, criar um blog é simples e rápido, mas, o difícil mesmo é mantê-lo vivo e pulsante. Uma tarefa difícil e tem que ser feita com muita dedicação e precisão, sei que às vezes agradamos a uns e desagradamos a outros; também pudera, não somos perfeitos e isso acontece em todas as áreas e campos de trabalho. E para que o blog aconteça, tenho que desafiar o meu tempo e fazer propagar até aqueles que acessam e fazem aquisições de temas no gênero da música, da poesia e outros segmentos da cultura brasileira. Não tenho a experiência de um Blogueiro profissional, mas, como se diz: “Experiência só se conquista com tempo, perseverança e dedicação”. É isso aí, espero que curtam esse espaço que faço com exclusividade para vocês.


Obs.: Do lado direito do seu monitor adicionei uma rádio (Cantigas e Cantos) com a finalidade de que você leia e ao mesmo tempo ouça uma seleção musical exclusivamente feita por mim. Também inserí fotos Antigas da Capital da Poesia (S. José do Egito), fotos retiradas do Baú do Jornalista Marcos Cirano.


Texto: Gilberto Lopes

Criador do Blog.

sexta-feira, 2 de junho de 2017

Poesia: "São apenas soluços de saudade Dessa alma matuta e sertaneja", um poema de Henrique Brandão

Resultado de imagem para poeta henrique brandão
Foto: Imagem/Google

SÃO APENAS SOLUÇOS DE SAUDADE
DESSA ALMA MATUTA E SERTANEJA”

 Meu sertão de divinas tradições
Sua gente é bravia igual o mar
Tua linda paisagem e teu luar
Que se tornam enredo de canções
A saudade nos traz recordações
Como a sombra dá mágoa que traqueja 
Como a flor que abelha tanto beija
As centelhas de um sol sem claridade
São apenas soluços de saudade
Dessa alma matuta e sertaneja.

Meus riachos sem águas cristalinas
Minhas matas estão agonizando
Sabiá na mangueira está chorando
Nem formiga eu encontro nas rezinas
Até mesmo meu galo de campina
É possível que lá não mais esteja
Nosso povo hoje triste não festeja
Só tristeza no peito é quem invade
São apenas soluços de saudade
Dessa alma matuta e sertaneja.

Se só fosse essa seca que castiga
Numa tela de fome ela desenha
“inda” tem essa corja que desdenha
Do meu povo, e pra ele nunca liga.
Todo dia com a fome é uma briga
Esperando uma chuva que graceja
Um pedaço de pão o povo almeja
E lhe negam apenas por maldade
São apenas soluços de saudade
Dessa alma matuta e sertaneja.

No meu solo plantando, tudo dá.
Só não dá pra viver sem esperanças
E o governo falando em mudança
Só se for à mudança de lugar
Sem ter chuva pra gente trabalhar
É perder essa luta de bandeja
Uma nuvem que ainda não despeja
Essa chuva de amor e de bondade
São apenas soluços de saudade
Dessa alma matuta e sertaneja.

Sinto falta dos banhos de açude
Do roçado onde a gente trabalhava
E cedinho, mamãe nos acordava.
Ser feliz, eu já fui o quanto pude.
O destino às vezes meio rude
Tira o bolo e também tira a cereja
Mas eu fico aqui, e assim seja.
Pra de novo sentir felicidade
São apenas soluços de saudade
Dessa alma matuta e sertaneja.

O Nordeste é celeiro de cultura
Uma gente serena e tão feliz
Que às vezes não tem tudo que quis
Vai driblando essa vida sempre dura
Os momentos de paz ele procura
Só saúde e sossego ele deseja
Uma chuva de lágrimas já despeja
Se queixando da vil calamidade
São apenas soluços de saudade
Dessa alma matuta e sertaneja.

Henrique Brandão
Mote e Glosas
(Serra Talhada – 21/10/2012)


Fonte: Blog Belmontense

Nenhum comentário:

Postar um comentário