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“Do alpendre da casa dos meus pais
se observa a beleza do sertão”
Se observa a beleza do sertão
Toda casa que tem uma fazenda
Seu alpendre é feito com firmeza,
Sob as leis da divina natureza,
Pra que nada no mundo lhe ofenda;
Tem engenho, um curral, uma moenda,
Conferindo o costume e tradição,
Vai causando desejo e impressão,
De quem vem visitar esses locais.
Do alpendre da casa dos meus pais
Se observa a beleza do sertão.
No mais amplo e bonito panorama,
Vê o verde da mata com a rama,
Alegrando demais o ambiente;
Facilita fazer grande repente,
Na mais doce e real inspiração,
Expressando com força e emoção,
Tudo o quanto a natura forma e faz.
Do alpendre da casa dos meus pais
Se observa a beleza do sertão.
Para o lado do sul e para o norte,
Bate o vento sutil trazendo a sorte,
Outras dádivas de Deus chegam pra gente;
Uma estrada que passa bem na frente,
Realenga de gente e condução,
De cavalo, de pé, de caminhão,
Bicicleta, charrete e outros mais.
Do alpendre da casa dos meus
Pais se observa a beleza do sertão.
E a barra do forte nevoeiro,
Miunceira passando no terreiro,
O orvalho brilhar no alvorecer;
Uma planta que passa a florescer,
O velame, o mofumbo e o pinhão,
Pé de milho soltando o seu pendão,
Com seus cachos e lindos visuais.
Do alpendre da casa dos meus pais
Se observa a beleza do sertão.
Canafístula, algaroba e angelim,
Oiticica, pau d’arco e jaumirim,
Aroeira, o angico e marmeleiro,
Cajazeira, avelós e o pereiro,
Tamarindo, o jucá, rompe-gibão,
Cumaru, muçambê e algodão,
Cajarana, o embu e bananais.
Do alpendre da casa dos meus pais
Se observa a beleza do sertão.
Procurando olhar e balançar,
Vejo o campo, o curral e o pomar,
E a ave cantando furiosa,
Vejo a réstia passando luminosa,
E a galinha ciscando no oitão,
A ninhada de pinto e um pavão
E no pátio pastando os animais.
Do alpendre da casa dos meus pais
Se observa a beleza do sertão.
Com destaque da faixa do roçado,
Tem a área de pasto para o gado,
Outra parte somente pra plantio,
E ao lado um roçado no baixio,
Com lavoura de milho e de feijão,
Na lombada se planta o algodão,
E nas baixas se formam os arrozais.
Do alpendre da casa dos meus pais
Se observa a beleza do sertão.
Pra dormir, meditar e escrever,
Ver a nuvem passar, o entardecer,
Balançar numa rede e conversar,
Fazer verso, cantar e declamar,
Outra hora assistir televisão,
Realizar uma bela descrição,
Contemplando as riquezas naturais.
Do alpendre da casa dos meus pais
Se observa a beleza do sertão.
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