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Esse blog tem como objetivo difundir a Música Popular Brasileira em geral, seja ela qual for: a música do Sul, a musica do Cariri, a Pajeuzeira ou mesmo outros ritmos de regiões diferenciadas. Nasci no Sertão do Pajeú, lugar onde a poesia jorra com muita facilidade e que os Poetas do Repente cospem versos com uma precisão incrível. Sempre tive esta curiosidade de fazer postagens e construir um blog. Aliás, criar um blog é simples e rápido, mas, o difícil mesmo é mantê-lo vivo e pulsante. Uma tarefa difícil e tem que ser feita com muita dedicação e precisão, sei que às vezes agradamos a uns e desagradamos a outros; também pudera, não somos perfeitos e isso acontece em todas as áreas e campos de trabalho. E para que o blog aconteça, tenho que desafiar o meu tempo e fazer propagar até aqueles que acessam e fazem aquisições de temas no gênero da música, da poesia e outros segmentos da cultura brasileira. Não tenho a experiência de um Blogueiro profissional, mas, como se diz: “Experiência só se conquista com tempo, perseverança e dedicação”. É isso aí, espero que curtam esse espaço que faço com exclusividade para vocês.


Obs.: Do lado direito do seu monitor adicionei uma rádio (Cantigas e Cantos) com a finalidade de que você leia e ao mesmo tempo ouça uma seleção musical exclusivamente feita por mim. Também inserí fotos Antigas da Capital da Poesia (S. José do Egito), fotos retiradas do Baú do Jornalista Marcos Cirano.


Texto: Gilberto Lopes

Criador do Blog.

terça-feira, 11 de abril de 2017

Poema: "O crepúsculo do campo é tão bonito Que até Deus se debruça pra olhar", um poema de Zé de Cazuza

Foto: Imagem/Google

O crepúsculo do campo é tão bonito
Que até Deus se debruça pra olhar

Uma serra distante oculta a crista
No azul que se esconde na distância
Perde o brilho do espaço, a elegância
Se ofuscando de sombra a nossa vista
Nessa hora o poder do grande artista
Faz o povo da terra despertar
Para olhar cada estrela clarear
Como pontas de prata no infinito
O crepúsculo do campo é tão bonito
Que até Deus se debruça pra olhar

O mocó se esconde na pedreira
No talhado que fez  sua morada
Os comboios se arredam da estrada
O Inhambús  prezando a capoeira
Sai ali procurando a companheira
Sabe a hora que vai se agasalhar
Se não foi permitido ele falar
Se comunica com outro em seu habito
O crepúsculo do campo é tão bonito
Que até Deus se debruça pra olhar 

Ficam tristes as curvas das estradas
Na chegada da noite, a sombra preta
Voam lindo balé de borboletas
Com as vestes de cores variadas
Muitas flores que são despetaladas
Pelo vento começam perfumar
Parecendo um perfume embriagar
As abelhas que estão no esquisito
O crepúsculo do campo é tão bonito
Que até Deus se debruça pra olhar

A tardinha um canudo de poeira
Se levanta entre o gado ao pé do monte
O juriti arrodeando junto a fonte
Sente a falta da doce companheira
O pequeno infeliz fura barreira
três notas na flauta pra parar
Pode o homem na terra se assustar
Com a queda de algum aerolito
O crepúsculo do campo é tão bonito
Que até Deus se debruça pra olhar

Quem olhar nesse instante a Borborema
Sente a faixa de terra mais querida
No sopé da montanha comburida
Passa légua um rebanho de seriema
Decantando tão lindo o seu poema
Que um sábio não sabe analisar
Um poema que pode consolar
Ao que é feito por mais que esteja aflito
O crepúsculo do campo é tão bonito
Que até Deus se debruça pra olhar

Quem ouvir a linguagem da cascata
Conversar com água ao sol se por
Ver beleza, clareza, o esplendor
Ouve orquestra divina ou dissonata
E a metade do sol que se retrata
Com a outra metade a se ocultar
Faz a mente da gente se ausentar
De notícia de guerra e de conflito
O crepúsculo do campo é tão bonito
Que até Deus se debruça pra olhar

Zé de Cazuza 

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