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Esse blog tem como objetivo difundir a Música Popular Brasileira em geral, seja ela qual for: a música do Sul, a musica do Cariri, a Pajeuzeira ou mesmo outros ritmos de regiões diferenciadas. Nasci no Sertão do Pajeú, lugar onde a poesia jorra com muita facilidade e que os Poetas do Repente cospem versos com uma precisão incrível. Sempre tive esta curiosidade de fazer postagens e construir um blog. Aliás, criar um blog é simples e rápido, mas, o difícil mesmo é mantê-lo vivo e pulsante. Uma tarefa difícil e tem que ser feita com muita dedicação e precisão, sei que às vezes agradamos a uns e desagradamos a outros; também pudera, não somos perfeitos e isso acontece em todas as áreas e campos de trabalho. E para que o blog aconteça, tenho que desafiar o meu tempo e fazer propagar até aqueles que acessam e fazem aquisições de temas no gênero da música, da poesia e outros segmentos da cultura brasileira. Não tenho a experiência de um Blogueiro profissional, mas, como se diz: “Experiência só se conquista com tempo, perseverança e dedicação”. É isso aí, espero que curtam esse espaço que faço com exclusividade para vocês.


Obs.: Do lado direito do seu monitor adicionei uma rádio (Cantigas e Cantos) com a finalidade de que você leia e ao mesmo tempo ouça uma seleção musical exclusivamente feita por mim. Também inserí fotos Antigas da Capital da Poesia (S. José do Egito), fotos retiradas do Baú do Jornalista Marcos Cirano.


Texto: Gilberto Lopes

Criador do Blog.

quinta-feira, 16 de março de 2017

Poesia: "Só tem marcas de pingo de saudade Nos caminhos da minha solidão", um poema de João Paraibano

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Foto: Site da Rádio Pajeú

"Só tem marcas de pingo de saudade
Nos caminhos da minha solidão"

Meu cabelo está branco cor de gesso
Mas foi preto da cor da noite assim
A velhice me arrasta para o fim
Mas eu penso em voltar pra meu começo
Cada passo que dou, levo um tropeço
Pela falta do brilho da visão
Que meus olhos estão cor de carvão
No passado tiveram claridade
Só tem marcas de pingo de saudade
Nos caminhos da minha solidão

Já perdi toda minha meninice
Me afoguei entre o mar dos desenganos
Já caí na fogueira dos teus anos
Isso eu acho uma mão pra que atice
Estou sentindo a ferida da velhice
Se estendendo no véu do coração
E o difícil é achar medicação
Para um dia curar a enfermidade
Só tem marcas de pingo de saudade
Nos caminhos da minha solidão

Hoje em dia só estou levando sova
Nesta arte bonita que exerço
No passado vivi da flor do berço
Hoje em dia pensar é só na cova
A mulher que eu amo ainda é nova
Mas pra ela eu já sou um ancião
Quando espero seu sim, recebo um não
Nova a velho dá pouca liberdade
Só tem marcas de pingo de saudade
Nos caminhos da minha solidão

A mulher que de mim teve ciúmes
Hoje em dia não está tendo mais
Esqueci dos seus atos sexuais
Que a velhice é pesada o seu volume
Minha flor se encontra sem perfume
O meu fruto já está faltando grão
Um dos olhos se encontra sem visão
E o outro está vendo na metade
Só tem marcas de pingo de saudade
Nos caminhos da minha solidão

Eu já tive dezoito de idade
Já gozei toda minha meninice
Com o peso da cruz desta velhice
Pra andar é maior dificuldade
Me tranquei na cadeia da idade
E não encontro uma absolvição
Até hoje não achei uma só mão
Com uma serra serrando o pé da grade
Só tem marcas de pingo de saudade
Nos caminhos da minha solidão

João Paraibano

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