No cenário poético do Sertão.
O bezerro desmamado em seu mugido
O chocoalho num cabrito bem nutrido
São os sons da fazenda em meu terreiro
Chega o vento do poente tão ligeiro
Bem depois que no céu teve um clarão
Vem tangendo o belo som de um trovão
Anunciando o que Deus nos prometeu
Só conhece essas coisas quem viveu
No cenário poético do Sertão.
Uma cara de boi numa parede
Os remendos reforçando a velha rede
E um arreio enfeitado de pataca.
A ferrugem já comendo o aço da faca
Enfiada na cabeça de um mourão
Com o cabo já tão preto, um tição!
De um fogo que só o tempo acendeu
Só conhece essas coisas quem viveu
No cenário poético do Sertão.
Quebra galhos na caatinga acinzentada
Em cada espinho leva uma navalhada
Criando rios avermelhados em seu rosto.
Não desiste, entretanto, desse posto
Protegido pela mística do gibão
Faz do aboio sua linda oração
Pra agradecer pela rês que não perdeu
Só conhece essas coisas quem viveu
No cenário poético do Sertão.
Linda poesia!!! Tá faltando mas postagem como está!
ResponderExcluirEita coisa boa danada é reviver o que se viveu intensamente. Há 48 na cidade de São Paulo e estas palavras me trazem as imagens do meu settas cearense
ResponderExcluirFico mesmo lembrando das coisas do sertão do Seridó Río grande do norte
ResponderExcluirMuito bonita essa poisia
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