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Esse blog tem como objetivo difundir a Música Popular Brasileira em geral, seja ela qual for: a música do Sul, a musica do Cariri, a Pajeuzeira ou mesmo outros ritmos de regiões diferenciadas. Nasci no Sertão do Pajeú, lugar onde a poesia jorra com muita facilidade e que os Poetas do Repente cospem versos com uma precisão incrível. Sempre tive esta curiosidade de fazer postagens e construir um blog. Aliás, criar um blog é simples e rápido, mas, o difícil mesmo é mantê-lo vivo e pulsante. Uma tarefa difícil e tem que ser feita com muita dedicação e precisão, sei que às vezes agradamos a uns e desagradamos a outros; também pudera, não somos perfeitos e isso acontece em todas as áreas e campos de trabalho. E para que o blog aconteça, tenho que desafiar o meu tempo e fazer propagar até aqueles que acessam e fazem aquisições de temas no gênero da música, da poesia e outros segmentos da cultura brasileira. Não tenho a experiência de um Blogueiro profissional, mas, como se diz: “Experiência só se conquista com tempo, perseverança e dedicação”. É isso aí, espero que curtam esse espaço que faço com exclusividade para vocês.


Obs.: Do lado direito do seu monitor adicionei uma rádio (Cantigas e Cantos) com a finalidade de que você leia e ao mesmo tempo ouça uma seleção musical exclusivamente feita por mim. Também inserí fotos Antigas da Capital da Poesia (S. José do Egito), fotos retiradas do Baú do Jornalista Marcos Cirano.


Texto: Gilberto Lopes

Criador do Blog.

terça-feira, 21 de março de 2017

Poesia: "Casa de taipa", um poema de Antônio Nunes

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Foto: imagem/Google

Casa de taipa

Numa casa de barro e de madeira
Vi brilhar a primeira luz do sol
O primeiro calor do arrebol
Nessa casa eu senti a vez primeira
Mãe botava eu pequeno numa esteira
Dedicando pra mim todo cuidado
Me limpando se houvesse me sujado
E se eu caísse tratava o ferimento
Toda pedra me serve como assento
E toda casa de taipa é meu reinado

Inda lembro uma vara na parede
Onde nela uma rede mãe armava
E eu deitado meu pai me balançava
Escutando a canção do punho da rede
Nesse tempo o sertão já tinha sede
E eu cresci mais meu pai indo ao roçado
E retornava mais ele do meu lado
Sob o ritmo do som da voz do vento
Toda pedra me serve como assento
E toda casa de taipa é meu reinado

Uma sala, um quarto e a cozinha
Nem por perto passou arquitetura
A comida, xerem com rapadura
Muitas vezes sequer nem isso tinha
Uma horta de coentro e cebolinha
Um jumento mancando estrupiado
E um filhote de cabra bem tratado
Dividindo com ele o alimento
Toda pedra me serve como assento
E toda casa de taipa é meu reinado

Entre as pedras do chão do tabuleiro
A galinha no ninho ovo botava
E quando o ovo saia ela cantava
Avisando as que estavam no terreiro
Solitário entre as varas do chiqueiro
Um carneiro berrava aperriado
Já prevendo que ia ser castrado
Acabando do sexo o sentimento
Toda pedra me serve como assento
E toda casa de taipa é meu reinado

Muitas vezes na esteira que eu dormia
Me acordava sentindo muita sede
E escutava nas brechas da parede
O zumbido do som da ventania
O sereno da noite que caia
Parecia deixar o chão molhado
E num buraco existente no telhado
Penetrava uma luz do firmamento
Toda pedra me serve como assento
E toda casa de taipa é meu reinado

Altas horas na noite ainda deserta
No momento em que mais sentia frio
Tinha medo e sentia um arrepio
Do cantar que a coruja à noite esperta
Me enrolava nas dobras da coberta
E descobria que havia se furado
Mas de dia mãe tinha costurado
Pra de noite eu dormir sem sofrimento
Toda pedra me serve como assento
E toda casa de taipa é meu reinado

Nessa casa de taipa do sertão
Tinha amor no depósito da fartura
Foi erguida com os braços da ternura
E argamassa da fé do coração
Um pedra enterrada nesse chão
Me ajudava a ficar menos cansado
Me deixando ficar nela sentado
Quando eu via que o passo estava lento
Toda pedra me serve como assento
E toda casa de taipa é meu reinado

Autor: Antônio Nunes
Mote : autor desconhecido.

Foto de perfil de Antonio Nunes Batista Nunesabn

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