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Esse blog tem como objetivo difundir a Música Popular Brasileira em geral, seja ela qual for: a música do Sul, a musica do Cariri, a Pajeuzeira ou mesmo outros ritmos de regiões diferenciadas. Nasci no Sertão do Pajeú, lugar onde a poesia jorra com muita facilidade e que os Poetas do Repente cospem versos com uma precisão incrível. Sempre tive esta curiosidade de fazer postagens e construir um blog. Aliás, criar um blog é simples e rápido, mas, o difícil mesmo é mantê-lo vivo e pulsante. Uma tarefa difícil e tem que ser feita com muita dedicação e precisão, sei que às vezes agradamos a uns e desagradamos a outros; também pudera, não somos perfeitos e isso acontece em todas as áreas e campos de trabalho. E para que o blog aconteça, tenho que desafiar o meu tempo e fazer propagar até aqueles que acessam e fazem aquisições de temas no gênero da música, da poesia e outros segmentos da cultura brasileira. Não tenho a experiência de um Blogueiro profissional, mas, como se diz: “Experiência só se conquista com tempo, perseverança e dedicação”. É isso aí, espero que curtam esse espaço que faço com exclusividade para vocês.


Obs.: Do lado direito do seu monitor adicionei uma rádio (Cantigas e Cantos) com a finalidade de que você leia e ao mesmo tempo ouça uma seleção musical exclusivamente feita por mim. Também inserí fotos Antigas da Capital da Poesia (S. José do Egito), fotos retiradas do Baú do Jornalista Marcos Cirano.


Texto: Gilberto Lopes

Criador do Blog.

sábado, 25 de março de 2017

Poesia: "Mocidade adeus", um poema de Erasmo Rodrigues



MOCIDADE ADEUS

Fiz uma longa viagem
Por onde vivi outrora
Pra voltar faltou coragem
Para o lugar que vivo agora
Eu vi perfeito um  barreiro
No aceiro do terreiro
Que eu fiz quando criança
Essa falsa mocidade
Matava minha saudade
Me dando nova esperança

Assisti a tarde bela
O horizonte febril
A casa que morei nela
Que o tempo não demoliu
Fiquei de pé escutando
A passarada cantando
Numa velha quixabeira
Do jeitinho que deixei
No mesmo canto encontrei
Meu pião de goiabeira

Vi o sol primaveril
Localizando a floresta
O espaço cor de anil
Toda passarada em festa
Vi as juremas floridas
Como quem foram esquecidas
Por quem as admirou
O mesmo perfume exalado
Como aquele do passado
Que o tempo não acabou

Quando criança eu brincava
Não dava tempo ter medo
O consolo eu não usava
Na boca eu botava o dedo
A minha vida foi um sonho
Sobre um gramado bisonho
Que fantasiava o prado
As águas brandas da fonte
Se deslisavam no monte
De um paraíso encantado

Em procura do outeiro
De manhã cedo eu saia
Caçando algum verdadeiro
Por entre a ramagem fria
Os sabiás espirosos
Nos baraunais frondosos
Cantavam lindas canções
Como os quais gravasse ao vento
Um disco de sentimento
Das minhas desilusões

O meu cavalo de pau
Arapuca e a gaiola
Balinheira, berimbau
Os meus dias de escola
As jogadas de castanha
Minha volta na montanha
De manhã ao meio dia
A minha bola de meia
Minha cama na areia
Na inocência do dia

Para o lado do poente
Quem prestar bem atenção
Recorda um passado ausente
Chega dói no coração
Sem sinal de esperança
Por fim só fica a lembrança
De uma mãe que faleceu
Eu perdi uma que tive
E quem perdeu também só vive
Sofrendo assim como eu

Meu sentimento é profundo
Talvez que não tenha fim
Por que me jogaram ao mundo
Para sofrer tanto assim
Tenho casa, saúde é verdade
Mas quando sinto saudade
Tem sabor de solidão
Só Jesus me compreende
Gente daqui não entende
Como é meu coração.

Erasmo Rodrigues
Poeta de Ouro Velho


CANTIGAS E CANTOS

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