Canta Alegre a canção do fim da sede
Novamente armará a sua rede
Pra deitar-se e dormir no fim do dia
Nem se lembra das horas de agonia
Que passou sem ter água na barragem
E quando acorda recebe a fria aragem
Do orvalho do dia amanhecendo
O sertão novamente renascendo
Dos castigos cruéis da estiagem.
Que gorjeia em um galho de aroeira
Ouve o som que vem lá da cachoeira
Onde um sapo coaxa bem baixinho
Um barulho na Beira do caminho
Uma cobra aparece entre a folhagem
No caminho buscando uma passagem
Ao volume da água obedecendo
O sertão novamente renascendo
Dos castigos cruéis da estiagem
Com dois bois e arado ara o terreno
Dependendo da queda do sereno
Planta arroz na vazante do baixio
E se o dia vier fazendo frio
Aproveita o conforto da friagem
Pra pescar na represa da barragem
Quando o peixe por ela está descendo
O sertão novamente renascendo
Dos castigos cruéis da estiagem
Renovando a folhagem do capim
O sertão se transforma num jardim
No barrufo que cai da chuva fina
Cada gota do pingo da neblina
Permanece na palma da folhagem
Exibindo no brilho da imagem
O reflexo do sol aparecendo
O sertão novamente renascendo
Dos castigos cruéis da estiagem
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