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Esse blog tem como objetivo difundir a Música Popular Brasileira em geral, seja ela qual for: a música do Sul, a musica do Cariri, a Pajeuzeira ou mesmo outros ritmos de regiões diferenciadas. Nasci no Sertão do Pajeú, lugar onde a poesia jorra com muita facilidade e que os Poetas do Repente cospem versos com uma precisão incrível. Sempre tive esta curiosidade de fazer postagens e construir um blog. Aliás, criar um blog é simples e rápido, mas, o difícil mesmo é mantê-lo vivo e pulsante. Uma tarefa difícil e tem que ser feita com muita dedicação e precisão, sei que às vezes agradamos a uns e desagradamos a outros; também pudera, não somos perfeitos e isso acontece em todas as áreas e campos de trabalho. E para que o blog aconteça, tenho que desafiar o meu tempo e fazer propagar até aqueles que acessam e fazem aquisições de temas no gênero da música, da poesia e outros segmentos da cultura brasileira. Não tenho a experiência de um Blogueiro profissional, mas, como se diz: “Experiência só se conquista com tempo, perseverança e dedicação”. É isso aí, espero que curtam esse espaço que faço com exclusividade para vocês.


Obs.: Do lado direito do seu monitor adicionei uma rádio (Cantigas e Cantos) com a finalidade de que você leia e ao mesmo tempo ouça uma seleção musical exclusivamente feita por mim. Também inserí fotos Antigas da Capital da Poesia (S. José do Egito), fotos retiradas do Baú do Jornalista Marcos Cirano.


Texto: Gilberto Lopes

Criador do Blog.

segunda-feira, 21 de novembro de 2016

Poesia: "Madrugada", um poema de João Batista de Siqueira 'Cancão'











MADRUGADA

Era alta madrugada
O nevoeiro sumia
A terra, desalinhada
Tranquilamente dormia
Desciam dos altos cumes
Centenas de vaga-lumes
Numa santa serenata
Um caboré pensativo
Testemunhava o motivo
Dalgum  bulício da mata

Por trás das serras azuis
Vênus surgia contente
Abrindo uma cortina de luz
Na cortina do oriente
As estrelinhas piscavam
Brilhantes, se enamoravam
Das lindas flores do monte
A lua, através dos prados
Beijava os lábios gelados
Da boca triste da fonte

Na cordilheira existia
Outra forma, outro modelo
Quem olhasse parecia
Um resto de pesadelo
O monte, a serra, o pomar
Cada qual era um lugar
De coisas misteriosas
A terra, um antro funéreo
Ou então um cemitério
De aparições tenebrosas

A montanha apresentava
Desolamento profundo
Qual monstro que sonhava
Desde que Deus fez o mundo
O farfalhar das palmeiras
Criadas nas ribanceiras
Causava melancolia
A sombra dos vegetais
Dava forma de animais
Deitados na relva fria

A aura branda passava
Nas matas silenciosas
Enquanto um mocho piava
Nas gargantas cavernosas
Antes de acalmar tudo
Outro pio mais agudo
Que se percebia bem
Depois, silêncio profundo
Dava impressão que no mundo
Vivo não tinha ninguém

Despertava a natureza
Daquele sonho pesado
Admirando a beleza
De seu império encantado
Na direção da ladeira
De uma velha aroeira
Vinha o choro da acauã
O sol contente surgia
Vestido de luz e abria
O lindo véu da manhã.

João Batista de Siqueira "Cancão"

Poema extraído do livro: “Palavras ao plenilúnio de Lindoaldo Campos.

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