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Esse blog tem como objetivo difundir a Música Popular Brasileira em geral, seja ela qual for: a música do Sul, a musica do Cariri, a Pajeuzeira ou mesmo outros ritmos de regiões diferenciadas. Nasci no Sertão do Pajeú, lugar onde a poesia jorra com muita facilidade e que os Poetas do Repente cospem versos com uma precisão incrível. Sempre tive esta curiosidade de fazer postagens e construir um blog. Aliás, criar um blog é simples e rápido, mas, o difícil mesmo é mantê-lo vivo e pulsante. Uma tarefa difícil e tem que ser feita com muita dedicação e precisão, sei que às vezes agradamos a uns e desagradamos a outros; também pudera, não somos perfeitos e isso acontece em todas as áreas e campos de trabalho. E para que o blog aconteça, tenho que desafiar o meu tempo e fazer propagar até aqueles que acessam e fazem aquisições de temas no gênero da música, da poesia e outros segmentos da cultura brasileira. Não tenho a experiência de um Blogueiro profissional, mas, como se diz: “Experiência só se conquista com tempo, perseverança e dedicação”. É isso aí, espero que curtam esse espaço que faço com exclusividade para vocês.


Obs.: Do lado direito do seu monitor adicionei uma rádio (Cantigas e Cantos) com a finalidade de que você leia e ao mesmo tempo ouça uma seleção musical exclusivamente feita por mim. Também inserí fotos Antigas da Capital da Poesia (S. José do Egito), fotos retiradas do Baú do Jornalista Marcos Cirano.


Texto: Gilberto Lopes

Criador do Blog.

quinta-feira, 1 de setembro de 2016

Poesia: "Ocaso", um poema de Rogaciano Leite

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OCASO

A tarde vai seguindo o enterro do crepúsculo...
O horizonte vermelho – ensanguentado músculo –
Numa púrpura embebe as lágrimas do sol!
O ventre da amplidão de nuvens está grávido
E o sol mesmo a tombar inda num gesto impávido
Deixa uns pentes de luz nas tranças do arrebol!

O mundo é um pedestal de sólida pirâmide
Que a cúpula do céu – desmesurada clâmide –
Abriga nossa concha enorme do infinito!
A Vésper já reluz na abóbada simbólica
E a terra concentrada em confissão bucólica
Parece erguer a Deus o coração contrito!

A noite é a exalação perene de um turíbulo...
Como o eunuco fugindo à ideia do prostíbulo
Nos confins do planalto o vento se suicida!
As sombras se confundem místicas e plácidas
E as flores estremecem tímidas e flácidas
Sobre o seios aromal da noite adormecida!...

O poeta lança o olhar ao mundo melancólico,
E a pérola do sonho – ergástulo simbólico –
Rebrilha em sua fronte pródiga de luz!
A mão trêmula escreve... o cérebro é um atlântico...
A ideia é branca estrela... o ritmo é um doce cântico
E a nau da inspiração em cismas o conduz!...

O verso é o batelão singrando o abismo frígido...
A rima é frágil vela aberta ao vento rígido,
Afrontando a impiedade e a fúria de Nereus...
A crença no Trabalho é a bússola poética...
O ideal é o mastro... a flâmula é a estética...
O Mar é a Natureza... e o porto imenso – é Deus!

Rogaciano Leite
Fortaleza, 1948

Poema extraído do livro “Carne e Alma” de Rogaciano Leite


CANTIGAS E CANTOS

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