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Esse blog tem como objetivo difundir a Música Popular Brasileira em geral, seja ela qual for: a música do Sul, a musica do Cariri, a Pajeuzeira ou mesmo outros ritmos de regiões diferenciadas. Nasci no Sertão do Pajeú, lugar onde a poesia jorra com muita facilidade e que os Poetas do Repente cospem versos com uma precisão incrível. Sempre tive esta curiosidade de fazer postagens e construir um blog. Aliás, criar um blog é simples e rápido, mas, o difícil mesmo é mantê-lo vivo e pulsante. Uma tarefa difícil e tem que ser feita com muita dedicação e precisão, sei que às vezes agradamos a uns e desagradamos a outros; também pudera, não somos perfeitos e isso acontece em todas as áreas e campos de trabalho. E para que o blog aconteça, tenho que desafiar o meu tempo e fazer propagar até aqueles que acessam e fazem aquisições de temas no gênero da música, da poesia e outros segmentos da cultura brasileira. Não tenho a experiência de um Blogueiro profissional, mas, como se diz: “Experiência só se conquista com tempo, perseverança e dedicação”. É isso aí, espero que curtam esse espaço que faço com exclusividade para vocês.


Obs.: Do lado direito do seu monitor adicionei uma rádio (Cantigas e Cantos) com a finalidade de que você leia e ao mesmo tempo ouça uma seleção musical exclusivamente feita por mim. Também inserí fotos Antigas da Capital da Poesia (S. José do Egito), fotos retiradas do Baú do Jornalista Marcos Cirano.


Texto: Gilberto Lopes

Criador do Blog.

terça-feira, 3 de maio de 2016

Poesia: Dimas Bibiu, a essência de sua poesia é a saudade



Dimas do Nascimento Pereira, conhecido por Dimas Bibiu, nasceu em 09 de agosto de 1927, no povoado de Mundo Novo, município de São José do Egito, filho de Francisco do Nascimento Pereira, e Antônia Serafim do Nascimento. Viveu sua infância num sítio próximo ao povoado de Mundo Novo, ajudando o pai na agricultura e criatório de gado, aos cinco anos de idade, seu pai levava para assistir as cantorias de Severino Pinto, Antônio Marinho, José Soares, José Bernardino e outros. Quando faziam um verso bem feito ele sorria, e o poeta Zé Bernardino dizia: “Este menino é poeta”. Assim observava curiosamente a expressão poética desses cantadores e aos poucos, foi despertando o seu talento. Teve como mestre poético o Sr. Zeca Filó.
Em sua família houve alguns membros poetas como seu pai, Totói, Caetano, Assis Paulo da Silva, Inácio Serafim do Nascimento e outros. A essência de sua poesia é a saudade, tem talento nato.  
Iniciou seus primeiros trabalhos poéticos através de apresentações em atividades escolares, com apenas 11 anos de idade.
Segundo o poeta a poesia deve ser divulgada na escola, de forma que se faça uma seleção de todos os grandes valores, para que os alunos possam conhecer e entender a sua importância.
Quando completou 50 anos de idade, estava em São Paulo num posto de gasolina, onde só tinha ele, o quarto, a mala e a saudade. Nesse momento pensou em escrever uma poesia pra ficar na memória de muitos outros aniversariantes

Vejam algumas estrofes do seu poema “Meus cinquenta anos”.

Nasci num berço de pluma
Cheios de risos e enganos
De dez até quinze anos
Sem sofrer coisa nenhuma
Com trinta eu via a espuma
Quarenta entrei na maré
Cinquenta eu fui tomar pé
O fôlego não reagiu
Não sou mais Dimas Bibiu
Cheguei no fim sem dá fé
  
Cheguei aos cinquenta anos
Ponto alto da idade
Troquei minha mocidade
Por velhices e desenganos
Agora só tenho planos
Ilusões e pesadelos
Embranqueci meus cabelos
Meus dentes não tenho mais
Além de tudo os meus pais
Morreram – não posso vê-los


Chegava enfadado
Me deitava em minha rede
Quando acordava com sede
Chamava mãe ao meu lado
Trazia um copo bordado
Com água pra mim beber
Depois vinha me dizer:
Levante, venha almoçar
Foi assim que vi passar
Meu tempo bom sem saber

SAUDAÇÃO A UM AVARENTO

Eu não creio em quem faz economia
Passa fome com pena de gastar
Vê um pobre faminto não lhe dar
Um pedaço do pão de cada dia
Tem dinheiro, tem terra, vacaria
Nega um copo de leite a uma criança
Junta tudo que tem, ainda avança
Pra tomar um pedaço do alheio
Pode até se salvar, mas eu não creio
Só se Deus der um toque na balança

Saudade

“Eu sinto tanta saudade
Que certo dia parei
Perto de um velho chorando
Porque choras perguntei
Ele disse é com saudade
E eu sendo vítima chorei”

Fonte: Livro "Antologia dos poetas Egipciense" 
                           - Escola Oliveira Lima -
                    Poetas Encantadores (Zé de Cazuza)

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