Conhecido como o poeta da
saudade, Antônio Pereira nasceu a 13 de novembro de 1891, no sítio Jatobá, hoje
município de Itapetim, onde viveu até a morte, a 07 de novembro de 1982.
Violeiro e poeta popular, ele mal assinava o nome e nunca fez da arte a sua profissão,
tendo sobrevivido como modesto agricultor.
Antônio Pereira participava de
jornadas de improviso apenas com os amigos e os seus versos sobreviveram ao
tempo porque eram repassados verbalmente pelos seus admiradores que os
decoravam. Em 1980, com a ajuda de amigos, publicou seu único folheto, “Minhas
Saudades”, uma coletânea de sua poesia.
Alguns versos do poeta:
Saudade é um parafuso
Que na rosca quando cai,
Só entra se for torcendo,
Porque batendo num vai
E enferrujando dentro
Nem distorcendo num sai.
Saudade tem cinco fios
Puxados à eletricidade,
Um na alma, outro no peito,
Um amor, outro amizade,
O derradeiro, a lembrança
Dos dias da mocidade.
Saudade é como a resina,
No amor de quem padece,
O pau que resina muito
Quando não morre adoece.
É como quem tem saudade
Não morre, mas adoece.
Adão me deu dez saudades
Eu lhe disse: muito bem!
Dê nove, fique com uma
Que todas não lhe convêm.
Mas eu caí na besteira,
Não reparti com ninguém.
Saudade é a borboleta,
Que não
conhece a idade.
Voando,
vai lá, vem cá,
Misteriosa,
à vontade.
Soltando
pêlo das asas,
Cegando
a humanidade.
Quem quiser plantar saudade
Primeiro
escalde a semente.
Depois
plante em lugar seco,
Onde
bata o sol mais quente.
Pois,
se plantar no molhado,
Quando
nascer mata gente.
Fonte: forrobodologia
Besta fubana
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