Foto: Paulo F. F. Carvalho
Eu comparo esta vida
Tem uma ponta que sobe
Tem outra ponta que desce
E a volta que dá no meio
Nem todo mundo conhece
Esta palavra saudade
Conheço desde criança
Saudade de amor ausente
Não é saudade (é lembrança)
Saudade só é saudade
Quando morre a esperança
Aonde eu chego, não vi
Mal que não desapareça
Raposa que não se esconda
Bravo que não me obedeça
Letrado que não me escute
Cantor que não endoideça
É viajar numa pista
Com um carro faltando freios
O chofer faltando a vista
E um doido gritando dentro
Atola o pé motorista
Não se tora nem se enverga
Da terra pro firmamento
Meu pensamento se alberga
Em um lugar tão distante
Que lente nenhuma enxerga
Na Serra da Carnaíba
À frente pra Pernambuco
Às costas pra Paraíba
Só pra não ver duas coisas:
Nem Sumé, nem João Furiba.
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