Foto: Ronaldo de Oliveira/CB/D.A Press
Lá se vai mais de uma década desde que Jorge Ben Jor lançou seu último disco de canções inéditas. Reactivus amor est (Turba philosophorum) saiu em 2004. Antes disso, os fãs do cantor e compositor carioca já haviam esperado por longos nove anos para ouvirem novidades do ídolo. Ou seja, nos últimos 20 anos, Ben Jor colocou na praça apenas dois trabalhos com criações novas. O diagnóstico, contudo, não diminui a relevância artística do inventor do samba rock, que chega aos 70 anos amanhã, ainda no topo na dinastia da MPB. No próximo sábado, dia 28, os fãs do artista no Recife poderão vê-lo de perto, como atração principal da festa Baile da Gravata Florida, no Baile Perfumado, no Prado.
O prestígio se deve aos 21 discos que Ben Jor lançou entre 1963 e 1989, petardos sonoros que, em maior ou menor escala, ajudaram a dar forma ao que conhecemos como Música Popular Brasileira. O último grande sucesso veio em 1990, com o hit radiofônico W/Brasil, ainda hoje executado à exaustão. A ausência de trabalhos relevantes nos últimos anos, porém, não retiraram o artista dos holofotes.
Em Pernambuco, o trabalho de Jorge Ben Jor se tornou influência sonora para bandas que despontaram a partir dos anos 1990, especialmente da Nação Zumbi e do Mundo Livre S/A, que nunca esconderam a admiração pelo trabalho do artista. O álbum de estreia desse último grupo, Samba esquema noise, de 1994, foi batizado em referência a Samba Esquema Novo, clássico da MPB. Jorge Benjor também deu ao Mundo Livre a canção Mexe Mexe, presente no album Por pouco, lançado no ano 2000.
Já a Nação Zumbi, além de montar uma banda de covers de Jorge Ben Jor chamada Los Sebozos Postizos, também tem uma histórico de samples e colaborações com o cantor e compositor. No disco Afrociberdelia, de 1996, ainda com Chico Science, está presente um trecho da música Minha menina, na faixa Macô: “Agora tosse, todo mundo tossindo”. No mesmo álbum, em Cidadão do mundo, também há trecho de Cuidado com o bulldog, composta pelo carioca. Em Música para tocar em elevador, 29º álbum de estúdio de Jorge Ben, de 1997, a Nação Zumbi faz participação na faixa Charles Jr. No ano seguinte, em 1998, faz participação em CSNZ, primeiro álbum da banda após a morte de Science, na música de abertura, Malungo.
Na lista das 10 músicas mais tocadas de Ben Jor em rádios e casas de show entre 2010 e 2014, levantamento do Ecad, apenas duas faixas não são das décadas de ouro do carioca: a citada W/Brasil (que já completa 25 anos) e uma parceria com a sensação juvenil Fiuk, Quero toda noite, de 2011.
“Ben chega aos 70 com muita dignidade, não deve nada a ninguém”, opina o pesquisador musical e estudioso da obra de Jorge Ben, Marcelo Fróes. “É uma opção dele ficar mais afastado e curtir a vida”. Fróes acredita que a reclusão do artista tenha contribuído para ele ter sido tão mitificado ao longo dos anos. Mas não só isso: ao escutar uma canção de Jorge Ben Jor, você a reconhece como dele imediatamente. Apesar da ausência de produtos frescos no mercado fonográfico, Jorge segue com agenda robusta de shows.
LOS SEBOZOS POSTIZOSA sonoridade extraordinária de Ben foi reverberar no Recife e influenciou a turma da Nação Zumbi. Desde 1998, Jorge Du Peixe (voz), Dengue (baixo), Lucio Maia (guitarra) e Pupillo (bateria) resolveram tocar um projeto paralelo em homenagem ao carioca, batizado de Los Sebosos Postizos. Calcado nas músicas compostas entre as décadas de 1960 e 1970, o grupo tem emA tábua de esmeralda e Samba esquema novo as principais referências. “Jorge Ben fez uma espécie de bossa nova a seu estilo, bem original. É realmente um ‘samba esquema novo’”, observa o vocalista Du Peixe.
POLÊMICA
A data de nascimento de Jorge Ben é cercada de polêmica. Segundo algumas fontes, o músico estaria completando 70 anos naquele dia. Vários sites e livros sobre música brasileira cravavam que Jorge havia nascido em 1942. A assessoria do artista, contudo, afirmou que ele era de 1945 e que não gostava muito de conversar sobre o assunto. O pesquisador Ricardo Cravo Albin é um dos que colocavam a mão no fogo na certeza de que Ben Jor era de 1942. “Se ele está querendo ser mais jovem, então vamos deixar. Cabe ao titular da data informar qual é a verdadeira. Ele deve ser a fonte final”, opinou Cravo Albin.
SHOW NO RECIFE
O Baile da Gravata Florida começa a partir das 22h do próximo dia 28 e tem como atrações, além de Jorge Ben, o Mundo Livre S/A e a Academia da Berlinda, junto com a discotecagem do DJ 440. O show será realizado no Baile Perfumado (Rua Carlos Gomes, 390, Prado) Ingresso: R$ 90 (feminino) e R$ 110 (masculino). Informações: 3033-4747.
Em Pernambuco, o trabalho de Jorge Ben Jor se tornou influência sonora para bandas que despontaram a partir dos anos 1990, especialmente da Nação Zumbi e do Mundo Livre S/A, que nunca esconderam a admiração pelo trabalho do artista. O álbum de estreia desse último grupo, Samba esquema noise, de 1994, foi batizado em referência a Samba Esquema Novo, clássico da MPB. Jorge Benjor também deu ao Mundo Livre a canção Mexe Mexe, presente no album Por pouco, lançado no ano 2000.
Já a Nação Zumbi, além de montar uma banda de covers de Jorge Ben Jor chamada Los Sebozos Postizos, também tem uma histórico de samples e colaborações com o cantor e compositor. No disco Afrociberdelia, de 1996, ainda com Chico Science, está presente um trecho da música Minha menina, na faixa Macô: “Agora tosse, todo mundo tossindo”. No mesmo álbum, em Cidadão do mundo, também há trecho de Cuidado com o bulldog, composta pelo carioca. Em Música para tocar em elevador, 29º álbum de estúdio de Jorge Ben, de 1997, a Nação Zumbi faz participação na faixa Charles Jr. No ano seguinte, em 1998, faz participação em CSNZ, primeiro álbum da banda após a morte de Science, na música de abertura, Malungo.
Na lista das 10 músicas mais tocadas de Ben Jor em rádios e casas de show entre 2010 e 2014, levantamento do Ecad, apenas duas faixas não são das décadas de ouro do carioca: a citada W/Brasil (que já completa 25 anos) e uma parceria com a sensação juvenil Fiuk, Quero toda noite, de 2011.
“Ben chega aos 70 com muita dignidade, não deve nada a ninguém”, opina o pesquisador musical e estudioso da obra de Jorge Ben, Marcelo Fróes. “É uma opção dele ficar mais afastado e curtir a vida”. Fróes acredita que a reclusão do artista tenha contribuído para ele ter sido tão mitificado ao longo dos anos. Mas não só isso: ao escutar uma canção de Jorge Ben Jor, você a reconhece como dele imediatamente. Apesar da ausência de produtos frescos no mercado fonográfico, Jorge segue com agenda robusta de shows.
LOS SEBOZOS POSTIZOSA sonoridade extraordinária de Ben foi reverberar no Recife e influenciou a turma da Nação Zumbi. Desde 1998, Jorge Du Peixe (voz), Dengue (baixo), Lucio Maia (guitarra) e Pupillo (bateria) resolveram tocar um projeto paralelo em homenagem ao carioca, batizado de Los Sebosos Postizos. Calcado nas músicas compostas entre as décadas de 1960 e 1970, o grupo tem emA tábua de esmeralda e Samba esquema novo as principais referências. “Jorge Ben fez uma espécie de bossa nova a seu estilo, bem original. É realmente um ‘samba esquema novo’”, observa o vocalista Du Peixe.
POLÊMICA
A data de nascimento de Jorge Ben é cercada de polêmica. Segundo algumas fontes, o músico estaria completando 70 anos naquele dia. Vários sites e livros sobre música brasileira cravavam que Jorge havia nascido em 1942. A assessoria do artista, contudo, afirmou que ele era de 1945 e que não gostava muito de conversar sobre o assunto. O pesquisador Ricardo Cravo Albin é um dos que colocavam a mão no fogo na certeza de que Ben Jor era de 1942. “Se ele está querendo ser mais jovem, então vamos deixar. Cabe ao titular da data informar qual é a verdadeira. Ele deve ser a fonte final”, opinou Cravo Albin.
SHOW NO RECIFE
O Baile da Gravata Florida começa a partir das 22h do próximo dia 28 e tem como atrações, além de Jorge Ben, o Mundo Livre S/A e a Academia da Berlinda, junto com a discotecagem do DJ 440. O show será realizado no Baile Perfumado (Rua Carlos Gomes, 390, Prado) Ingresso: R$ 90 (feminino) e R$ 110 (masculino). Informações: 3033-4747.
DIÁRIO DE PERNAMBUCO
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