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Esse blog tem como objetivo difundir a Música Popular Brasileira em geral, seja ela qual for: a música do Sul, a musica do Cariri, a Pajeuzeira ou mesmo outros ritmos de regiões diferenciadas. Nasci no Sertão do Pajeú, lugar onde a poesia jorra com muita facilidade e que os Poetas do Repente cospem versos com uma precisão incrível. Sempre tive esta curiosidade de fazer postagens e construir um blog. Aliás, criar um blog é simples e rápido, mas, o difícil mesmo é mantê-lo vivo e pulsante. Uma tarefa difícil e tem que ser feita com muita dedicação e precisão, sei que às vezes agradamos a uns e desagradamos a outros; também pudera, não somos perfeitos e isso acontece em todas as áreas e campos de trabalho. E para que o blog aconteça, tenho que desafiar o meu tempo e fazer propagar até aqueles que acessam e fazem aquisições de temas no gênero da música, da poesia e outros segmentos da cultura brasileira. Não tenho a experiência de um Blogueiro profissional, mas, como se diz: “Experiência só se conquista com tempo, perseverança e dedicação”. É isso aí, espero que curtam esse espaço que faço com exclusividade para vocês.


Obs.: Do lado direito do seu monitor adicionei uma rádio (Cantigas e Cantos) com a finalidade de que você leia e ao mesmo tempo ouça uma seleção musical exclusivamente feita por mim. Também inserí fotos Antigas da Capital da Poesia (S. José do Egito), fotos retiradas do Baú do Jornalista Marcos Cirano.


Texto: Gilberto Lopes

Criador do Blog.

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Poesia: "Pobre na roça, o que tem?", por Nonato Costa e Raimundo Nonato 'Os Nonatos'



Pobre na roça, o que tem?

Pobre na roça só tem
A tigela de farinha
A cangalha do jumento
O chiqueiro da galinha
E um fogão movido a lenha
Mobiliando a cozinha *

Gaiola de por rolinha
Cambão de botar em bode
Espingarda soca-soca
Que assim que a pólvora explode
Mata veado do mato
Porque da rua não pode**

Para aparar o bigode
Tem uma tesoura antiga
Um burro que bem não anda
A chapa que mal mastiga
E frieira que coça mais
Que cansanção e urtiga*

Tem papagaio, tem liga
Tem mais uns bichos que estima
Uma cama de cimento
Um colchão de palha em cima
E um vira-lata que rosna
Quando um ladrão se aproxima**

Um moleque que ele mima
Por ser da casa o mais moço
Pote com pano na boca
De coar água de poço
E rede aonde ele se deita
E dorme depois do almoço*

Um rosário no pescoço
E o cabresto do jerico
Como sofá tem um banco
De baraúna ou de angico
A sua ducha uma cuia
E seu sanitário um penico**

A roça que o patrão rico
Lhe deixa plantar de meia
Uma roupa da sulanca
Com a qual ele passeia
Que compra achando bonita
Mas depois que lava é feia*

Pobre tem a casa cheia
De filho por todo o canto
E tem na sala um oratório
Com vela e quadro de santo
Vendido não sei por quem
Comprado não sei por quanto**

Arruda contra quebrando
E bisaco de caçador
Certidão de nascimento
E o titulo de eleitor
Pra de quatro em quatro anos
Eleger um traidor*

Tem rádio que o locutor
Faz programações ao vivo
Uma junta de boi manso
E o arado pra o cultivo
Que fere o rosto da terra
E a chuva faz curativo**

Tem pra o seu aperitivo
Um litro de alcatrão
Machado de cortar lenha,
Chibanca de cavar chão
E os tamboretes cobertos
Com couro de criação*

Carro de boi sem tração
Sem documento sem taxa
Caçuá, sela e cambito
E ancoreta de borracha
Na rua não tem mais isso
Mas no sitio a gente acha**

Um pacote de bolacha
Dentro dum saco de feira
Lambedor de folha e casca
De fabricação caseira
E balança que ele arranja
Com corda prato e madeira*

Nonato Costa* e Raimundo Nonato**

Poeta Pajaeuzeiro

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