Esse blog tem como objetivo difundir a Música Popular Brasileira em geral, seja ela qual for: a música do Sul, a musica do Cariri, a Pajeuzeira ou mesmo outros ritmos de regiões diferenciadas. Nasci no Sertão do Pajeú, lugar onde a poesia jorra com muita facilidade e que os Poetas do Repente cospem versos com uma precisão incrível. Sempre tive esta curiosidade de fazer postagens e construir um blog. Aliás, criar um blog é simples e rápido, mas, o difícil mesmo é mantê-lo vivo e pulsante. Uma tarefa difícil e tem que ser feita com muita dedicação e precisão, sei que às vezes agradamos a uns e desagradamos a outros; também pudera, não somos perfeitos e isso acontece em todas as áreas e campos de trabalho. E para que o blog aconteça, tenho que desafiar o meu tempo e fazer propagar até aqueles que acessam e fazem aquisições de temas no gênero da música, da poesia e outros segmentos da cultura brasileira. Não tenho a experiência de um Blogueiro profissional, mas, como se diz: “Experiência só se conquista com tempo, perseverança e dedicação”. É isso aí, espero que curtam esse espaço que faço com exclusividade para vocês.
Obs.: Do lado direito do seu monitor adicionei uma rádio (Cantigas e Cantos) com a finalidade de que você leia e ao mesmo tempo ouça uma seleção musical exclusivamente feita por mim. Também inserí fotos Antigas da Capital da Poesia (S. José do Egito), fotos retiradas do Baú do Jornalista Marcos Cirano.
Texto: Gilberto Lopes
Criador do Blog.
terça-feira, 24 de fevereiro de 2015
DISCOS: Jorge Mautner ganha caixa com discos dos anos 80 e raridades
Disco inédito ao vivo resgata o esquecido movimento Figa Brasil
O cantor e compositor paulista Jorge Mautner deixou há anos de ser maldito. Virou cult. Porém, a maioria dos que o cultuam conhecem pouco sua obra. Da sua carreira relativamente longa, apenas duas canções chegaram a tocar no rádio: A locomotiva e Maracatu atômico. E não cantadas por ele. A primeira fez sucesso com Wanderléa, e a segunda com Gilberto Gil (e depois a versão feita por Chico Science & Nação Zumbi conquistou o público dos anos 1990). Por fim, mas não menos importante, a discografia de Mautner encontra-se quase toda fora de catálogo.
O selo carioca Discobertas repõe nas lojas quatro discos de Jorge Mautner, agrupados na caixa Anos 80 – Zona fantasma. Bomba de estrelas (1981, Warner Music), com participações de Caetano Veloso, Moraes Moreira, Robertinho do Recife, Amelinha, Zé Ramalho e Pepeu Gomes, Antimaldito (1985, Nova República), Árvore da vida (creditado também ao parceiro Nelson Jacobina, Geleia Geral, 1985). Por fim, fazendo jus ao nome do selo, uma descoberta: o registro do show, inédito em DVD, O poeta e o esfomeado (1987), de Jorge Mautner e Gilberto Gil, que tem a participação do pernambucano Reppolho na percussão.
A trinca da caixa mostra que Mautner continua a exercitar suas imersões na filosofia clássica do século 19, começo do século 20, sintetizando-a em letras que são um misto de nonsense, naïf e escrita automática surrealista. Dos três, o mais acessível é, obviamente, o primeiro, cravejado de estrelas da MPB especialistas em música para tocar no rádio. Embora não tenha tocado, apesar de ser um dos mais pop e acessível do cantor.
Os outros dois são os menos conhecidos álbuns de Mautner, sobretudo, Árvore da vida. Naquele ano, Gilberto Gil foi eleito vereador em Salvador e convocou Jorge Mautner para a chefia do seu gabinete, o que explica o disco quase não ter sido divulgado. Foi o único creditado também ao parceiro Nelson Jacobina (falecido em 2012, aos 58 anos). Antimaldito (produzido por Caetano Veloso) tem canções, inéditas, que remontam a 1958, como A bandeira do meu partido e o nonsense O tataraneto do inseto.
Jorge Mautner, que comentou faixas dos três relançamentos destes discos (ver ao lado) observa: “Fazem parte das minhas ideias, dos meus livros, entrevistas, minhas vidas, com duas motivações simultâneas: nunca mais novamente o Holocausto, e a ressurreição da humanidade é o Brasil”.
AO VIVO
O show O poeta e o esfomeado, com Jorge Mautner, Gilberto Gil e o percussionista Reppolho estreou em São Paulo, em 1987, quando foi deflagrado o movimento Figa Brasil, que criaria bases em todo o País na forma de clubes filosóficos. Os participantes chegaram a publicar um manifesto do movimento no Jornal da Tarde (SP). “Vamos juntar tudo, Oswald de Andrade, a filosofia humanista, a poética e a filosofia da democracia, baseada em primeiro lugar na liberdade. Antes até da negritude, antes até das lutas sociais, queremos a visão humanista”, explicou Mautner na época.
Foi um espetáculo atípico na trajetória de Gil. No repertório, Marcha turca, de Jorge Mautner, canção que, segundo ele “se refere à Turquia, que é produto da grande e luminosa cultura e civilização do Califado de Bagdá”. Casinha feliz (Gilberto Gil), Oração pela libertação da África do Sul (Gilberto Gil), O vampiro, de Jorge Mautner, que a regravou “porque o vampiro está sempre aí”. O rouxinol, parceria Mautner e Gil, que o primeira considera uma das suas canções mais bonitas.
Tem ainda mais uma versões de O filho predileto de Xangô, de Jorge Mautner, e Maracatu atômico. Por fim, de Gilberto Gil, Mama e o Hino da Figa, movimento que foi arquivado quando Gil assumiu a vereança na capital baiana.
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