Seguidores

Para Que Vim


Esse blog tem como objetivo difundir a Música Popular Brasileira em geral, seja ela qual for: a música do Sul, a musica do Cariri, a Pajeuzeira ou mesmo outros ritmos de regiões diferenciadas. Nasci no Sertão do Pajeú, lugar onde a poesia jorra com muita facilidade e que os Poetas do Repente cospem versos com uma precisão incrível. Sempre tive esta curiosidade de fazer postagens e construir um blog. Aliás, criar um blog é simples e rápido, mas, o difícil mesmo é mantê-lo vivo e pulsante. Uma tarefa difícil e tem que ser feita com muita dedicação e precisão, sei que às vezes agradamos a uns e desagradamos a outros; também pudera, não somos perfeitos e isso acontece em todas as áreas e campos de trabalho. E para que o blog aconteça, tenho que desafiar o meu tempo e fazer propagar até aqueles que acessam e fazem aquisições de temas no gênero da música, da poesia e outros segmentos da cultura brasileira. Não tenho a experiência de um Blogueiro profissional, mas, como se diz: “Experiência só se conquista com tempo, perseverança e dedicação”. É isso aí, espero que curtam esse espaço que faço com exclusividade para vocês.


Obs.: Do lado direito do seu monitor adicionei uma rádio (Cantigas e Cantos) com a finalidade de que você leia e ao mesmo tempo ouça uma seleção musical exclusivamente feita por mim. Também inserí fotos Antigas da Capital da Poesia (S. José do Egito), fotos retiradas do Baú do Jornalista Marcos Cirano.


Texto: Gilberto Lopes

Criador do Blog.

quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

DISCO: Robertinho de Recife retoma carreira com metal pesado

O guitarrista não gravava disco próprio há 24 anos




“Eu estava morto e não sabia. Estava com seis veias obstruídas, algumas com 95% da função prejudicada. O médico me disse que não sabe como não morri. Na UTI eu repensei minha vida. me perguntei se valia a pena me estressar como vinha fazendo. Decidi que iria me divertir, e pra mim o maior divertimento é a música”, comenta, por telefone, Robertinho do Recife (ou “de Recife”), num sábado à noite, depois de relaxar com duas cachacinhas, em sua casa no Rio. O assunto é a retomada da carreira, e do novo disco com que volta às lojas e à estrada: Metal mania - back for more, lançado hoje, pela Sony Music, na loja virtual iTunes. Um álbum que acontece 30 anos depois de Metal mania, e há 24 anos do ultimo disco, Rapsódia rock, de 1990

Robertinho já entrou e saiu de todas. Começou em conjuntos da Jovem Guarda recifense, nos anos 60, foi o guitarrista dos tropicalistas pernambucanos, com os Bambinos, e nos happenings do laboratório de Sons Estranhos (LSE), gravou frevo, pop, erudito, e metal. A escolha neste último gênero para o disco da volta não aconteceu por acaso: “Quando comecei a mexer com Facebook, muitas das pessoas que falavam comigo queriam saber quando eu faria um novo Metal mania. Havia esta cobrança, e estou fazendo o disco par o pessoal do metal. Que ninguém espere um disco que vá abranger coisa como frevo. Voltei à onça da capa do Metal mania. O autor da capa do disco novo é o mesmo do Metal mania. Neste a onça está ferida, mas por baixo da pele tem metal. A fera está ferida, mas ruge continua rugindo”.

Uma volta que contou com o auxílio do acaso, quando ouviu umas gravações amadoras dos netos de um amigo de infância: “Zé Carlos, que participou comigo dos Hermitões, era o cantor do grupo, me trouxe uma demo dos netos dele. Ouvi e achei os garotos muito bons. Disse a Zé que iria mandar uma música para eles, pra tocassem e me mandassem um clipe pelo celular mesmo. Quando eles me mandaram, que ouvi, falei comigo: já foi. Quero tocar com estes caras”. Raphael e Junior, os ‘caras”, mais o tecladista Tibor Fitel. Foi com este time que Robertinho readentrou o estúdio. Ensaiaram nove músicas inéditas, quase todas recentes: “Meu filho Forgghio, quando ouviu achou que ali cabia efeitos sonoros. As gravações foram feitas com todo mundo junto, ele foi o único que gravou depois. Sugeriu um Vocoder, que altera a voz do cantor. A música moderna quase não tem mais cantor, com o Vocoder é eito um alienígena cantando”.


Para Robertinho aqueles ensaios foram o que ela pretendia quando estava se recuperando na clínica: diversão, sem estresse. Produtor consagrado, ele comenta que o nível do estresse chegou lá em cima com o projeto que realizou entre 2012 e 2013, Gravações no Sul dos EUA com cantores e cantoras da região, um projeto com o poeta baiano Assumpção de Maria: “Rolou muito estresse, principalmente o Mulheres do Mississippi, um disco com cantoras de blues e soul. Um projeto lindo e maravilhoso, mas de repente, me vi envolvido com advogados das gravadoras, uma confusão burocrática, que emperrou tudo, e me estressou bastante”, queixa-se Robertinho. Deste projeto, foi lançado disco Stray star, com o blueseiro americano Jesse Robinson, que musicou poemas de Assumpção de Maria traduzidos para o inglês ( o disco saiu no Brasil pela Discobertas). 

Para os que acreditam que há mais do que coincidências nos acasos, vale lembrar que este ano há mais uma data redonda no calendário de efemérides de Robertinho do Recife. Foi há 40 anos, quando participava do festival 7 Cantos do Norte, em Olinda, que ele foi descoberto por Fagner, tocando no Ala D’Eli, um grupo que criou com Zé da Flauta, Paulo Rafael e Neusa Albuquerque, sua então mulher. naquela época numa fase mística, estudante de teologia, Robertinho demorou a aceitar o convite de Fagner para ir com ele para o Rio de Janeiro. Acabou indo e tocando por mais de dez anos com o cearense, enquanto construía uma carreira marcada pela inquietação. Foi do frevo experimental (Robertinho no passo, 1977), ao balanço latino/paraense (E agora pra vocês... suingue tropical, 1979), à new wave (Satisfação, 1981). e antecipou a onda de banda cover em vinte anos, com a Yahoo (que fazia versões de rock internacional). Mais uma coincidência, lembrada por Robertinho. Quando Raphael Sampaio, ainda garoto, demonstrou inclinações para a bateria, seu pai era amigo do baterista Renato Massa, que tocou no disco Metal mania de Robertinho do Recife. Foi massa quem deu a Raphael sua primeira bateria.

DISCO JÁ FOI

Quando ensaiava no estúdio para a sequência do Metal mania, Robertinho trabalhava com Fagner e Zé Ramalho, que preparavam um DVD para a Sony Music (o recém-lançado Fagner & Zé Ramalho ao vivo). Conversando com o produtor da gravadora, Bruno Batista, dele mostrou a demo que havia gravado: “Ele escutou e disse: você não grava mais nada. O disco já foi. Não adiantou dizer que ainda iria masterizar. Ele me disse que o mercado estava precisando daquilo. Não acreditei muito que fosse passar dali.Dais depois ele me mandou o contrato para assinar, e não será apena um disco para o Brasil. Na capa tem o título em japonês, porque vai ser lançado simultaneamente no Japão”. 
O repertório é assinado inteiramente por Robertinho. A faixa que lhe dá nome é creditada ao grupo inteiro. Apenas outra tem parceiro, The end of mountain’s war prologo (com Adriano Albuquerque). Entre oito músicas inéditas, a regravação de Voo de Ícaro (do álbum Rapsódia rock). A letras em inglês abrigam as letras mais confessionais de Robertinho. A “guerra” (war) do prólogo, ressalta ele, é a sua guerra, pessoal e intransferível. All that we live together (Tudo o que vivemos juntos), é outra guerra, dele e do filho, Forgghio, que conseguiu se curar de uma leucemia. Robertinho passou por muitas, poucas e boas, continua vivo, e está de volta para mais. 


José Teles
JConline

Nenhum comentário:

Postar um comentário