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Esse blog tem como objetivo difundir a Música Popular Brasileira em geral, seja ela qual for: a música do Sul, a musica do Cariri, a Pajeuzeira ou mesmo outros ritmos de regiões diferenciadas. Nasci no Sertão do Pajeú, lugar onde a poesia jorra com muita facilidade e que os Poetas do Repente cospem versos com uma precisão incrível. Sempre tive esta curiosidade de fazer postagens e construir um blog. Aliás, criar um blog é simples e rápido, mas, o difícil mesmo é mantê-lo vivo e pulsante. Uma tarefa difícil e tem que ser feita com muita dedicação e precisão, sei que às vezes agradamos a uns e desagradamos a outros; também pudera, não somos perfeitos e isso acontece em todas as áreas e campos de trabalho. E para que o blog aconteça, tenho que desafiar o meu tempo e fazer propagar até aqueles que acessam e fazem aquisições de temas no gênero da música, da poesia e outros segmentos da cultura brasileira. Não tenho a experiência de um Blogueiro profissional, mas, como se diz: “Experiência só se conquista com tempo, perseverança e dedicação”. É isso aí, espero que curtam esse espaço que faço com exclusividade para vocês.


Obs.: Do lado direito do seu monitor adicionei uma rádio (Cantigas e Cantos) com a finalidade de que você leia e ao mesmo tempo ouça uma seleção musical exclusivamente feita por mim. Também inserí fotos Antigas da Capital da Poesia (S. José do Egito), fotos retiradas do Baú do Jornalista Marcos Cirano.


Texto: Gilberto Lopes

Criador do Blog.

sexta-feira, 15 de agosto de 2014

AS URNAS FICAM ÓRFÃS DO VERDE OLHAR DA ESPERANÇA - O tocante texto da poeta Mariana Teles sobre a morte de Eduardo Campos




 Não fui ás ruas pelo falecimento de Getúlio, não vesti luto pela morte inesperada de Tancredo, muito menos acompanhei o cortejo que levava o corpo de Juscelino. Coube a minha geração acompanhar cada episódio desse pelas páginas dos livros de história e as privilegiadas memórias dos avós. Agora, cabe a essa mesma geração, distante cronologicamente de tantos outros fatos, assistir consternada o aborto de um sonho, o enterro de uma esperança e uma emboscada do destino. 

Eduardo nunca gostou do óbvio, detestava o comodismo e era genial no modo como ousava. Não tinha medo da consequência das suas escolhas nem das intuições do seu coração. Discurso forte, poético até na prosa, esperançoso, gentil e convincente. A luz das tribunas. A fé dos palanques. A esperança das multidões. Poucos políticos reúnem espírito público, carisma e senso administrativo. Eduardo era um mestre nos três quesitos. Se Arraes foi grande porque foi maior que a sua causa e além do seu estado, Eduardo foi maior ainda porque morreu sonhando com os melhores dias para a pátria, despencou do maior vôo da sua história - aquele que não admitia pouso. 

O verde dos seus olhos permanecerá nos Campos da nossa Zona da Mata e nos vales do Agreste pernambucano, a tônica forte dos seus discursos rondará a sequidão do Pajeú de Antonio Marinho e ocupará os ecos da Academia Pernambucana de Letras, ocupando o leito de Maximiano Campos. Pernambuco jamais foi tão calado como ficou hoje, Recife nunca tinha ficado tão escura como está agora. 

Eduardo foi perseguidor do seu sonho e dono da sua vaidade, de fazer mais e melhor. Não se escolhe a forma da morte, mas assim como Ulysses Guimarães, pai da nossa constituição cidadã, Eduardo imitou as aves e os gênios, se juntou a eles e morreu no ar. Feliz foi Pernambuco por ter tido um gestor sensível, generoso, visionário e altamente talentoso. Triste é para o Brasil, sepultar a esperança da proximidade dos dias melhores e dos ideais mais justos. 

Se a política perde um talento, a humanidade sepulta um ser humano, a história trata de eternizar quem morreu já sendo maior que ela. Nunca tive dúvida que o mundo pertence aos grandes sonhos e a história aos grandes homens, por isso mesmo Eduardo foi do mundo e é da história. Na "Piedade" do pranto que começa com uma "viagem" nada "boa", alcançamos o nordeste e nos irmanamos com a do Brasil que antes de conhecer o talento do sempre governador da Nova Roma, perde um guerreiro disposto a todas as trincheiras que envolvessem melhores dias para a nação. 

Difícil é tratar dos fatos sem dimensionar a amplitude da dor. Impossível é compreender os desígnios de Deus e improvável é não lamentar a queda em vôo livre de milhões de sonhos brasileiros, na mais patriota de todas as convicções. 

Na foto, Eduardo e meu pai na despedida de Lula, como presidente em 2010. O marco zero da cidade do Recife ouvia e aplaudia os discursos e as saudações encomendadas pelo então governador, na mais autêntica e maior manifestação cultural, a poesia. Foi nesse dia que eu, ainda "encadeada" com os holofotes naturais do Recife, ouvia um governador falar de sonhos e chorar com versos. 


Pernambuco sepulta um filho no ventre da imortalidade, o Brasil aborta uma esperança, uma geração perde o mais forte nome, e as urnas ficam órfãs do verde olhar da esperança. 


Tuparetama- Recife, 13 de agosto de 2014

Tárcio Viu Assim
Pajeú da Gente 

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