Na vida forem vividas
Se tornarão ilusões
Depois serão esquecidas.
Talvez por peitos mesquinhos
Que escondem seus espinhos
No ventre da escuridão
Depois de meses tristonhos
Não restarão nem os sonhos
Dos filhos da solidão.
Na boca da madrugada
A mão de Deus logo aquece
Aqueles que não tem nada.
E a minha alma inquieta
Findou virando poeta
Sem ter sequer um motivo
Eu que um dia já fui forte
Vivo fugindo da morte
Sem saber se ainda vivo.
E o meu olho está triste
Ele insiste em meia hora
E depois disso desiste.
Desiste dessa saudade
Pois meu peito na verdade
Mente pra ver se tem jeito
De ser feliz mendigando
Pois vive me enganando
Fingindo que ainda é peito.
Chegando perto de mim
Depois eu vejo o incerto
Tendo a certeza do fim.
E sinto mil arrepios
Com suor e calafrios
Nessa carne tão pagã
E sem saber do futuro
Vejo o vulto do escuro
Trazendo o meu amanhã.
27.07.14
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