Das cantorias-tesouro
Do gigante que foi Pinto,
Do uirapuru que foi Louro.
Ouvir em qualquer recinto
Os trocadilhos de Louro
Os desconcertos de Pinto.
Do Pátio do Matadouro,
Quando Louro aceitou Pinto
E Pinto abençoou Louro.
Houve um encontro distinto
Pinto elogiando Louro,
Louro chaleirando Pinto.
O meu prazer de ouvir Louro
Querendo derrubar Pinto,
Pinto bricando com Louro.
Vi o maior labirinto:
Pinto depenando Louro
E Louro esganando Pinto.
Um momento imorredouro
com as emboscadas de Pinto
E as escapadas de Louro.
Um desfio ao instinto:
Pinto superava Louro,
Louro desmontava Pinto.
(À Curva do Varadouro)
Louro acompanhava Pinto,
Pinto fugia de Louro.
Luta de cristão e mouro
Quando Louro açoitou Pinto,
E Pinto escanteou Louro.
E haja mel e haja absinto
Nas divagações de Louro,
Nos ultimatos de Pinto.
Reverberavam em coro
Iluminuras de Pinto,
Clarividências de Louro.
Reinou do primeiro ao quinto:
Pinto maior do que Louro,
Louro maior do que Pinto.
Batéis sem ancoradouro,
Assim foram Louro e Pinto,
Assim serão Pinto e Louro.
Que em todo o tempo vindouro
Ninguém vai superar Pinto,
Nenhum fará sombra a Louro.
Que manche a paz do recinto
Das glórias que envolvem Louro,
Dos louros que adornam Pinto.
(Ir além me não consinto),
Rendido ao gênio que é Louro,
Curvado ao estro de Pinto.
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