Ao poeta não cabe nome ou lume
(Luzir é essência de astros)
Ao poeta cabe a fibra não tecida do silêncio
(O ir pra bem longe de onde a poesia voa em seus versos)
Ao poeta não cabe a fibra da expressão tomada ao estro
A fibra não tecida do silêncio é o que lhe cabe
Para que nunca se sirva do composto
Além do deleite de sorvê-lo
Em seu nascedouro
Ao poeta cabe o recolher-se
Para que não morra nele o brilho do que canta
Para que não se exponha às agruras de inquietações terrenas
Estas que são impostas pelos que só entendem de bruteza e muro
Aos que acreditam que o mundo pode mover-se
Com asas de anjos e colibris
Ao poeta cabe a fibra não tecida do silêncio
(O ir pra bem longe de onde a poesia voa em seus versos)
Para que nunca descubram que ali
Dentro do poeta
Há um homem que sente fome e sede
Que reconhece a bruteza do muro
Mas que ainda acredita que o que move o mundo
São asas de anjos e colibris
Virgílio Siqueira
VAGA-LUMEAR - Página 403
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