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Esse blog tem como objetivo difundir a Música Popular Brasileira em geral, seja ela qual for: a música do Sul, a musica do Cariri, a Pajeuzeira ou mesmo outros ritmos de regiões diferenciadas. Nasci no Sertão do Pajeú, lugar onde a poesia jorra com muita facilidade e que os Poetas do Repente cospem versos com uma precisão incrível. Sempre tive esta curiosidade de fazer postagens e construir um blog. Aliás, criar um blog é simples e rápido, mas, o difícil mesmo é mantê-lo vivo e pulsante. Uma tarefa difícil e tem que ser feita com muita dedicação e precisão, sei que às vezes agradamos a uns e desagradamos a outros; também pudera, não somos perfeitos e isso acontece em todas as áreas e campos de trabalho. E para que o blog aconteça, tenho que desafiar o meu tempo e fazer propagar até aqueles que acessam e fazem aquisições de temas no gênero da música, da poesia e outros segmentos da cultura brasileira. Não tenho a experiência de um Blogueiro profissional, mas, como se diz: “Experiência só se conquista com tempo, perseverança e dedicação”. É isso aí, espero que curtam esse espaço que faço com exclusividade para vocês.


Obs.: Do lado direito do seu monitor adicionei uma rádio (Cantigas e Cantos) com a finalidade de que você leia e ao mesmo tempo ouça uma seleção musical exclusivamente feita por mim. Também inserí fotos Antigas da Capital da Poesia (S. José do Egito), fotos retiradas do Baú do Jornalista Marcos Cirano.


Texto: Gilberto Lopes

Criador do Blog.

domingo, 27 de julho de 2014

MÚSICA: Ângela Maria, a Rainha do Rádio, ao vivo na Nacional

Caixa com quatro CDs resgata programa da Sapoti dos anso 50




 Uma caixa de discos para levar o ouvinte à gloriosa era de ouro do rádio: Rainha do rádio (1955/1956) (Discobertas), quatro CDs, que reproduzem edições do programa Ângela Maria canta, que ia ao ar pela Rádio Nacional. Vencedora do concurso de Rainha do Rádio, em 1955, a cantora ganhou seu próprio programa, o que comprova o prestígio que desfrutava. O programa, acontecia com toda a pompa que a época exigia, com dois locutores, ou speakers, e um narrador, fazendo a apresentação. A cantora era acompanhada por uma grande orquestra, dirigidia pelo Maestro Chiquinho. Tudo acontecia, claro, diante de uma plateia, que lotava o auditório da Nacional, e que gritava e assoviava ensandecida. O jornalista e radialista pernambucano Nestor de Holanda, por sinal produtor do progama de Ângela, batizou as fanzocas de “macacas de auditório”, expressão usada até hoje).



A restauração das fitas destes show levaram a excelente qualidade sonora dos quatro CDs, que realçam os detalhes do programa, dos “reclames” (jingles), aos instrumentos que são usados nas batucadas (como ainda se chamava o samba com percussão, geralmente para o carnaval), audíveis, mesmo com a gritaria das macacas de auditório. “Estamos a menos de dois meses da folia de Momo. Hoje à noite Momo entrará triunfalmente na cidade. De amanhã em diante, com o romper do ano novo, podemos dizer que já estamos em pleno reinado do monarca da alegria, o rei Gordo e bonachão, que nos contagia com seus folguedos e seus ritmos alucinantes. Como deseja um feliz 1956 para todos, Ângela Maria lhes oferece mais uma de suas criações carnavalescas”, diz empolado e solene Hamilton Fazão, o locutor, e entra a cantora: “De Mirabeau e Milton de Oliveira, Fala Mangueira”. 


Assim como também acontecia no Recife, onde se realizava o outro grande carnaval do país, a virada do ano aceitava também marchinhas e sambas carnavalescos, além das tradicionais canções natalinas. A jovem cantora (então com 25 anos), mostra-se impecável ao vivo, num repertório eclético, embora caprichado no samba-canção. Em 1955, ela manteve-se várias semanas nas paradas com Recusa, de Herivelto Martins, o compositor. Jamais se cantava uma música sem citar o nome do autor. “Com seus lindos olhos, muito bem tratados e protegidos com o colírio Moura Brasil, com sus pestans recurvadas com Cilion, aqui está, senhores ouvintes, o olhar terno de uma das cantoras mais populares do rádio brasileiro”. Ângela Maria, antes de cantar o samba Rio e amor (Bruno Marnet). Muitas das canções que Ângela interpreta nem tinham ainda sido gravado, como é  caso de Terra seca, de Ary Barroso, que ela lançaria num compacto em 1956, é antecipado em 1955.
A caixa acrescenta raridades à discografia da Sapoti, reunindo, por exemplo, canções natalinas gravadas pela cantora, mas dispersas por 78 rotações, como é o caso da marchinha Presente de Natal (Oscar Bellandi/Luis de França/Bené Alexandre), ou Papai Noel esqueceu (David Nasser/Herivelto Martins). que ele gravou em dueto com o cantor João Dias (que participa do programa nesta faixa) Beste programa, que foi ao ar em 24  de dezembro de 1955. Os quatro CDs contèm o registro de programas que foram ao ar de 11 de junho de 1955 até 3 de novembro de 1956. O programa de 20 de outubro de 1956 é especial. Comemora-se os 20 anos de fundação da Rádio Nacional. Sem esquecer de lembrar do Moura Brasil, que lhe trata os olhos, e de Cilion, que lhe curva as pestanas, ela canta Maria do cais, de Luis Antônio, que só gravaria em 1958. Enqaunto o locutor conta a história da “maior emissora de rádio da América Latina”, Ângela Maria volta ao início da Nacional, com Lábios que beijei (de J.Cascata e Leonel Azevedo, lançada por Orlando Silva em 1937), faixa de Sucessos de ontem na voz de hoje, seu álbum de estreia na Copacabana, um dos melhores de sua extensa discografia”. 

José Teles
JConline

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