Seguidores

Para Que Vim


Esse blog tem como objetivo difundir a Música Popular Brasileira em geral, seja ela qual for: a música do Sul, a musica do Cariri, a Pajeuzeira ou mesmo outros ritmos de regiões diferenciadas. Nasci no Sertão do Pajeú, lugar onde a poesia jorra com muita facilidade e que os Poetas do Repente cospem versos com uma precisão incrível. Sempre tive esta curiosidade de fazer postagens e construir um blog. Aliás, criar um blog é simples e rápido, mas, o difícil mesmo é mantê-lo vivo e pulsante. Uma tarefa difícil e tem que ser feita com muita dedicação e precisão, sei que às vezes agradamos a uns e desagradamos a outros; também pudera, não somos perfeitos e isso acontece em todas as áreas e campos de trabalho. E para que o blog aconteça, tenho que desafiar o meu tempo e fazer propagar até aqueles que acessam e fazem aquisições de temas no gênero da música, da poesia e outros segmentos da cultura brasileira. Não tenho a experiência de um Blogueiro profissional, mas, como se diz: “Experiência só se conquista com tempo, perseverança e dedicação”. É isso aí, espero que curtam esse espaço que faço com exclusividade para vocês.


Obs.: Do lado direito do seu monitor adicionei uma rádio (Cantigas e Cantos) com a finalidade de que você leia e ao mesmo tempo ouça uma seleção musical exclusivamente feita por mim. Também inserí fotos Antigas da Capital da Poesia (S. José do Egito), fotos retiradas do Baú do Jornalista Marcos Cirano.


Texto: Gilberto Lopes

Criador do Blog.

domingo, 9 de fevereiro de 2014

Poesia: Gilmar Leite Faz Um Comentário Sobre o Poeta Job Patriota de Lima


Gilmar Leite Faz Um Comentário Sobre o Poeta Job Patriota de Lima
--------------------------------------------------------------------------
  Tive a felicidade e honra de ter convivido com alguns grandes poetas repentistas que imortalizaram o Velho Rio Pajeú. Nasci no século em que nasceram Cancão, Pinto do Monteiro, Lourival Batista, Rogaciano Leite, Zé Dantas, Luiz Gonzaga, Job Patriota e tantos e tantos mestres da música e da poesia do Brasil de dentro, tão pouco conhecido pelo mundo dos urbanóides, como diz o mestre Elomar Figueira de Melo. Com alguns poetas e compositores, tive a felicidade de conhecer e conviver com eles, como é o caso de Zé Marcolino, Lourival Batista e Job Patriota, Cancão, e outros tantos. Entre todos eles, foi Job Patriota o que mais deixou luz de poesia e rastros de apoio e carinho para os poetas, como eu, surgiram após a geração dos poetas e compositores citados. Job Patriota, para os poucos que não conviveram com ele, e o "Rei do Lirismo" e da inocência, para quem como eu, teve a felicidade de passar noites e mais noites ouvindo-o a luz do luar, envolvido pelos devaneios boêmios, em que o mestre Job declamava ou glosando a luz da lua sertaneja. O poeta menino, foi para minha geração o grande vate que respirou poesia até na hora crespuscular da sua existência.
Fazer poesia, é uma coisa; viver a poesia é outra coisa totalmente diferente. Job Patriota dormia e acordava a luz da poesia. Não sabia e não vivia outra coisa, se não fosse o mundo da poesia. Emotivo, notívago, sentimental, lírico, inquieto, bucólico, nostálgico, fervilhante de poesia, estesiado pela estética do verso, contaminado pela sinergia do viver poético, Job Patriota, respirava poesia todas as horas do dia. Foram várias vezes que ao me encontrar com ele, o poeta já ia logo dizendo: "Poeta, vamos para algum canto, para eu dizer ou declamar alguma poesia. Ela está borbulhando dentro de mim, querendo explodir, e se eu não a libertá-la, enlouqueço". Ouvi Job dizer muitas vezes isso, e quando íamos para um lugar reservado, ele começava declamar, todo excitado, a pele vermelha e os olhos lacrimejando. Foi onde eu vi a poesia viva, muito além da escrita. Aqui deixo alguns versos do seu classissimo.
Saindo do hospital, onde foi internado por causa do álcool etílico Job Patriota disse:
-----------------------------------
A dor de mim se aproxima
Eu pra não perder a calma
Passo uma esponja de rima
Nos ferimentos da alma.
------------------------------------
O Poeta Bucólico do Pajeú Cancão certa vez pediu a Job Patriota para falar dos desenganos da velhice, veja que soneto clássico Job fez.
-----------------
DESILUSÃO

Sonhos, quimeras, ilusões, amores;
Tudo tive a minha mocidade,
Mas o tempo na sua tempestade,
Faz dos dias como faz comas flores.

Fiz das horas os meus elevadores
Pra subir a montanha da idade,
De cujo cimo fitando a mocidade
Eu pensava viver como os condores.

Nessa triste ascensão de amargas horas,
Vi somente crepúsculos ao invés de auroras
E à velhice cheguei aos solavancos.

Nem mais vestígios das primeiras cenas,
Por herança de tudo herdei, apenas
Brancas coroas de cabelos brancos.

                                          Job Patriota

Fonte: Blog Águas do Pajeú

Um comentário: