No Arruda » Compositor de frevos, Getúlio Cavalcanti inova em novo disco

Artista lança CD nesta sexta-feira (7), às 19h30, na sede social do Santa Cruz

Getúlio, que sempre trabalhou com frevos de bloco, decidiu apostar nos frevos canção. Foto: Roberto Ramos/DP/D.A Press

“Maior torcida do Brasil tu és/ Neste centenário és santuário que encanta teus fiéis/ Vamos te ofertar com muito orgulho nosso coração/ Cem anos de amor por ti, tricolor/ Tri super campeão”. O trecho da música Santa Cruz cem anos de paixão é uma boa amostra do amor de Getúlio Cavalcanti pelo “mais querido”. A faixa integra o novo Aos mestres, com saudade, décimo terceiro CD do cantor e compositor pernambucano, que completa 72 anos de idade no dia 10. O disco será lançado nesta sexta-feira (7), às 19h30, em uma solenidade no Auditório Aristófanes de Andrade, na sede social do clube, no Arruda. Getúlio, que sempre trabalhou com frevos de bloco, decidiu fazer diferente nesta obra. “É um disco só com frevos canção. Foi a forma que encontrei para homenagear meus mestres, em especial, Nelson Ferreira e Capiba”.

Composto, produzido e bancado com recursos do próprio Getúlio, Aos mestres, com saudade tem participações dos cantores Gustavo Travassos, Alessandra Cavalcanti, Têca Calazans e Claudionor Germano (que interpreta duas músicas: A mais de mil e Olinda no meu coração). Maestro Duda, Clóvis Pereira, Edson Cunha, Spok, Parrô e Fábio Valois contribuíram com arranjos.

Com meio século de dedicação ao carnaval pernambucano, Getúlio Cavalcanti se mostra preocupado com os atuais rumos da maior festa popular do Estado. “Está tudo muito mercantilizado. Nossas mais autênticas manifestações culturais (blocos de frevo, maracatus, caboclinhos) é que deveriam ter prioridade”, reclama o também integrante do Bloco da Saudade, que este ano completa quatro décadas de atividades.

No Carnaval do Recife deste ano, Getúlio realiza apenas uma apresentação acompanhado da sua banda (nos últimos oito anos, ele era convidado a fazer pelo menos duas): no domingo da folia, às 19h, no polo de Casa Amarela. Além disso, canta como convidado no Baile Municipal (dia 22) e na abertura oficial do Carnaval do Recife, no Marco Zero, dia 28.

Indagado sobre o momento de maior emoção que teve na vida, relacionado ao clube do coração, Getúlio responde de súbito. “Foi em 1958, quando fui à Ilha, levado pelo meu tio Amaro de Holanda Cavalvanti, assistir a um jogo do Santa Cruz pela primeira vez. Ele venceu o Sport por 3 X 2, sagrando-se o primeiro Supercampeão”.

Memória

No campeonato pernambucano de 1957, Sport, Náutico e Santa Cruz ganharam um turno cada um. Os três disputaram o título entre si, fato que foi chamado à época de Supercampeonato. A final entre Santa e Sport aconteceu no ano seguinte, no dia 16 de março. O estádio do Arruda não havia sido construído ainda. Cerca de 29 mil torcedores compareceram ao embate. Em 1976 e 1983, o santinha conquistou mais dois supercampeonatos.

AD Luna - Diarios Associados