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Esse blog tem como objetivo difundir a Música Popular Brasileira em geral, seja ela qual for: a música do Sul, a musica do Cariri, a Pajeuzeira ou mesmo outros ritmos de regiões diferenciadas. Nasci no Sertão do Pajeú, lugar onde a poesia jorra com muita facilidade e que os Poetas do Repente cospem versos com uma precisão incrível. Sempre tive esta curiosidade de fazer postagens e construir um blog. Aliás, criar um blog é simples e rápido, mas, o difícil mesmo é mantê-lo vivo e pulsante. Uma tarefa difícil e tem que ser feita com muita dedicação e precisão, sei que às vezes agradamos a uns e desagradamos a outros; também pudera, não somos perfeitos e isso acontece em todas as áreas e campos de trabalho. E para que o blog aconteça, tenho que desafiar o meu tempo e fazer propagar até aqueles que acessam e fazem aquisições de temas no gênero da música, da poesia e outros segmentos da cultura brasileira. Não tenho a experiência de um Blogueiro profissional, mas, como se diz: “Experiência só se conquista com tempo, perseverança e dedicação”. É isso aí, espero que curtam esse espaço que faço com exclusividade para vocês.


Obs.: Do lado direito do seu monitor adicionei uma rádio (Cantigas e Cantos) com a finalidade de que você leia e ao mesmo tempo ouça uma seleção musical exclusivamente feita por mim. Também inserí fotos Antigas da Capital da Poesia (S. José do Egito), fotos retiradas do Baú do Jornalista Marcos Cirano.


Texto: Gilberto Lopes

Criador do Blog.

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Luto no frevo: Morre compositor Carlos Fernando. Sepultamento deve acontecer em Santo Amaro

Músico morreu no Recife, aos 75 anos, no Imip, onde estava internado para tratar um câncer de próstata
Alexandre Belém/JC Imagem

Carlos foi o criador do projeto Asas da América, que popularizou o frevo na voz de ícones da MPB, como Geraldo Azevedo, Gil, Caetano e Chico Buarque


Morreu neste domingo (1º/set), às 16h45, no Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (Imip) o cantor e compositor caruaruense Carlos Fernando, aos 75 anos. O músico, internado na unidade hospitalar desde a última sexta-feira, sofria de câncer de próstata e estava com infecção pulmonar. O velório acontece na capela do Cemitério de Santo Amaro e o sepultamento está marcado para o meio-dia da segunda-feira (2).
Carlos Fernando se encontrava internado no setor de tratamentos paliativos da oncologia do Imip. Desde 2010, o compositor convivia com o câncer. Durante este período, o artista contou com a ajuda da família e dos amigos para o tratamento. “Esse é um momento de muita dor para a família. Mas a gente quer lembrar dele com a alegria e felicidade que tinha, porque ele era uma pessoa feliz”, disse a filha do músico, Joana Bizzotto Silva.
Após a notícia do falecimento de Carlos Fernando, a família e os amigos se reuniram no hospital, onde o corpo foi velado durante a madrugada. Um dos amigos mais presentes nesses últimos dias de Carlos foi o engenheiro Décio Valença, irmão de Alceu Valença, que conhecia o compositor há muito tempo. “Carlos Fernando era um grande homem. Um amigo que reunia amigos. Uma pessoa maravilhosa”, disse Décio.
FREVO - Em sua carreira como compositor e produtor, o caruaruense Carlos Fernando fez o frevo ganhar asas, ampliando os horizontes do gênero que até os anos e 1970 vivia refém do carnaval. Ele misturou o frevo à MPB, modernizando o centenário ritmo pernambucano e incorporando-o ao repertório nacional por meio de sucessos como Banho de cheiro – gravado por Elba Ramalho em 1983 e por muito tempo executado nos quatro cantos do País durante os doze meses do ano.

Como produtor, o maior êxito de Carlos Fernando foi a série Asas da América, um projeto inovador que colocou os maiores nomes da música brasileira para cantarem frevo. O primeiro LP da série, lançado em 1979, trazia Caetano Veloso, Alceu Valença, Geraldo Azevedo, Elba Ramalho, Chico Buarque, Jackson do Pandeiro, além de dois nomes do udigrudi pernambucano dos anos 70, Marco Polo e Flaviola. 
Além de ter oxigenado o gênero, o Asas da América foi o primeiro disco brasileiro que reuniu uma seleção de intérpretes contratados de gravadoras concorrentes. A maioria das faixas levava a assinatura de Carlos Fernando, idealizador do projeto. A série chegou a sete volumes, incluindo um dirigido ao público infantil, lançados ao longo das décadas de 1980 e 1990. Eles foram relançados em CD três décadas depois, no ano de 2009, remasterizados, numa caixa comemorativa.
Mas Carlos Fernando não compôs apenas frevos. Ele também assinou músicas para novelas (Saramandaia e Sinhazinha Flor, da TV Globo), filme (Pátria Amada, da diretora Tizuka Yamazaki) e série de TV (O Sítio do Pica-Pau Amarelo). Sua primeira composição foi Aquela Rosa, em parceria com Geraldo Azevedo, que também estreava como compositor. Gravada em 1967 por Teca Calazans, num compacto da gravadora Rozemblit, pelo selo Mocambo, a canção conquistou o primeiro lugar no Festival de Música Popular do Nordeste, promovido pela Revista Manchete e pela TV Jornal do Commercio.
Esse ponta-pé inicial no universo musical se deu meio por acaso. Carlos Fernando começou no meio artístico aos 18 anos, fazendo teatro com Luiz Mendonça, fundador do Movimento de Cultura Popular no Recife. Na época, ele ainda tinha o objetivo de fazer o curso superior arquitetura. Até que escreveu uma peça de teatro chamada A chegada de Lampião no inferno, baseada no cordel de José Pacheco. Ele mostrou o texto para Geraldo Azevedo, que achou parecido com letra de música e lhe propôs a parceria que posteriormente resultaria em Aquela rosa.
Em 1974, já no Rio de Janeiro, onde foi viver, Carlos Fernando foi assistente de produção do célebre disco gravado em dupla por Alceu Valença e Geraldo Azevedo, lançado pela gravadora Copacabana. Foi no Rio de Janeiro que ele ampliou sua bagagem de compositor, tendo suas músicas gravadas por grandes nomes da MPB como Caetano Veloso, Gilberto Gil, Jackson do Pandeiro, MPB-4, Fagner, Chico Buarque, Zé Ramalho, entre outros.
Em 2007, Carlos Fernando produziu e dirigiu o CD duplo 100 anos de frevo - É de perder o sapato, lançado no contexto das comemoração ao centenário do ritmo. No Carnaval de 2009, ele foi um dos homenageados do Carnaval pela Prefeitura do Recife. No mesmo ano, foi relançada a série de cinco CDs Recife Frevoé, produzida por Carlos Fernando a partir do concurso de músicas carnavalescas instituído pela prefeitura a partir de 1996, com apoio da TV Jornal. Neles, Carlos Fernando aplicou a consagrada fórmula utilizada no projeto Asas da América, mesclando composições inéditas, que concorreram no certame, com clássicos do frevo.

João Marcelo Melo e Mateus Araújo

Jornal do Commercio

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