Arnaldo Pessoa Leite, nasceu à
12 de agosto de 1966, no Sítio Borges, São José do Egito. Filho de Abel Alves
Leite e Maria Antônia Pessoa. A partir dos quinze anos começou a se interessar
pela cantoria e a participar de festivais, tendo a natureza como sua “mestra
poética”. Afirma que a essência de uma poesia aparece como um sonho, tal qual a
natureza. Confirmamos isso em uma das suas primeiras poesias, a qual marcou
muito a sua vida e fala da natureza
humana, no que diz respeito ao aborto:
“Sei
que a mãe de família que anula
Com
remédio o crescer do embrião
Ela
toma na veia uma injeção
No
seu corpo todinho ela circula
Com
três meses depois calcula
Que
não pode voltar a ser o que era
Era
cristão mas virou fera
Que
matou seu filho envenenado
Gerar
filhos pra Deus não é pecado
Pecado
é matar depois que gera.”
Seu trabalho poético tem retorno financeiro. Sobrevive
de cantorias. Já participou de vários concursos e foi premiado, sentindo-se
muito feliz quando sua poesia é divulgada. Na sua opinião, São José do Egito deve a honra de ser capital
da poesia a Antônio Marinho, Lourival Batista, Job Patriota, Zé Catota, Cancão
, Zezé Lulu e aos próprios Egipcienses que tem a poesia nas veias e, acredita
que o maior poeta da atualidade é Ivanildo Vilanova.
Falando sobre a divulgação de nossa poesia
ressalta a necessidade de mais eventos. Sobre o apoio da sociedade, fala que
está bom, mesmo porque é impossível não ter
apoio quando em cada esquina da cidade há um cantador, um poeta...
São
versos de Arnaldo Pessoa no Mote:
“Vi
na tela do filme do passado
O
retrato da minha mocidade”
Deste
filme eu não gosto só porque
Vivo
assistindo a cada instante
Não
é filme que tem na bandeirante
Nem
na globo e nem no SBT
É
um filme pra mim e pra você
Assistir
e ficar contra a vontade
Que
só passa capítulos de saudade
E
o autor é tempo revoltado
Vi
na tela do filme do passado
O
retrato da minha mocidade.
Fui
herdeiro d muita boniteza
Quando
lembro de tudo é com desgosto
Que
as rugas vieram pra meu rosto
Pra
matar de uma vez minha beleza
Hoje
posso chorar sentir tristeza
Do
que fui hoje não sou mais a metade
Com
mulheres não tenho liberdade
Se
paquero com uma é por recado.
Vi
na tela do filme do passado
O
retrato da minha mocidade.
Neste
jogo da vida joguei,
Até
mesmo a camisa pegou fogo.
Corri
tanto mais tanto neste jogo,
Que
no meio do estádio me cansei.
Os
minutos passaram e eu fiquei,
Que
o tempo botou velocidade
O
juiz que apitou foi a idade e
Neste
jogo fui o derrotado.
Vi
na tela do filme do passado
O
retrato da minha mocidade.
Ontem
fui uma rosa perfumada
Hoje
sou uma flor sem ter perfume.
Antes
fui uma planta de legume,
Hoje
sou uma planta sem dar nada
Antes
era carreta de estrada,
Hoje
sou fusca sem ter velocidade
Já
fui rápido igualmente a tempestade,
Hoje
parei por saber que estou cansado.
Vi
na tela do filme do passado
O
retrato da minha mocidade.
Quando
eu era criança eu na Sabia
Eu
iria seguindo para o abismo
Que
iria encontrar o reumatismo,
Que
a tristeza matava a alegria,
Que
a matéria perdia a energia,
Que
o cabelo mudava a qualidade,
Que
pra sexo ficava sem vontade,
Que
eu iria ficar aposentado.
Vi
na tela do filme do passado
O
retrato da minha mocidade
Arnaldo
Pessoa
20/09/1996
Biografia
e poesias retiradas do livro: “Antologia dos Poetas Egipcienses”
Escola
Oliveira Lima.
CANTIGAS E CANTOS
Nenhum comentário:
Postar um comentário