Apresentador do ´Globo repórter´, no ar há 40 anos, Sérgio Chapelin fala de seu ingresso na TV e conta que nem pensa em se aposentar
Sérgio Chapelin está no ar no "Globo
Repórter" desde 1996
Dono de um sítio com
cachorros, cavalos, vacas, porcos e galinhas em Itamonte (MG), que costuma
visitar a cada 15 dias, Sérgio Chapelin prefere ficar mais em casa quando está
no Rio. Ao sair pela cidade onde mora por causa do trabalho - grava o "Globo
repórter", duas vezes por semana -, o apresentador evita chamar a atenção
e, até mesmo, projetar a voz. Com seu timbre característico, ele se vê obrigado
a atender os pedidos do público ao ser identificado:
"Sempre que me
encontram pedem para eu falar com alguém ao telefone. É constrangedor. Se a
pessoa não acredita que sou eu, costuma ser ainda pior. E quando o cara me pega
pelo pescoço para bater foto? Mas tento dar aquele sorriso profissional. Tudo
bem", comenta.
Primeiro apresentador do
"Globo repórter", atração que completa 40 anos na Globo neste mês, o
locutor, claro, não é tímido diante das câmeras. Afinal, passou pelo
"Jornal Nacional", pelo "Fantástico", e pelo "Jornal
Hoje", em diferentes fases de sua carreira na Globo, iniciada em 1972.
Mas, fora da TV, ele se considera reservado. "Eu já me exponho muito no
vídeo".
O morador do Jardim
Botânico conta que não costuma sair muito, sequer para jantar fora ou ir ao
cinema. "Para desagrado da minha mulher, fico mais em casa. Temos uma
empregada há mais de 30 anos, e ela cozinha muito bem. Raramente saímos para
jantar", conta.
Chapelin está no segundo
casamento. Ele e Regina estão juntos há quase 40 anos. Com a primeira mulher,
casou-se aos 22 anos e teve três filhos: Flávio, 48, Luciana, 46, e Sério Luis,
44. "Aos 27, eu já tinha os três. Hoje, também tenho o Jorginho, meu
enteado", lista o avô de cinco netos.
Em casa, lê dois livros ao
mesmo tempo. Os da vez são "A carne e o sangue", de Mary del Priore,
e uma coletânea de contos de Sherlock Holmes, de Arthur Conan Doyle. Na TV,
assiste a telejornais, aos programas "American detective" e
"NCIS". Perto de completar 72 anos em 12 de maio, ele não planeja
grandes comemorações. "Não sou festeiro. Sou um mala, um chato Mas mesmo
sozinho eu não sinto solidão", relata.
Ao projetar o futuro,
Chapelin revela que ainda não se programou para parar. Apesar de cogitar a
possibilidade. "Penso em aposentadoria todo dia, mas não é um pensamento
tão sério (risos). O Léo Batista é mais velho (80 anos) do que eu e não quer
isso. Eu não sei até quando vou continuar trabalhando. É uma decisão difícil.
Acho que vou ficar enquanto me deixarem".
Trajetória
Na Globo, fez de
tudo. Mas poucas vezes saiu do estúdio para gravar reportagens como a série
Céus do Brasil, em 2011. Nos anos 1980, na época do "JN", chegou a
dançar valsa em bailes de debutantes para complementar a renda. Também
emprestava sua voz à publicidade. Em 1983, trocou a Globo pelo SBT para
comandar o programa de variedades "Show sem limites". Ficou um ano e
voltou ao canal de estreia.
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Chapelin e Cid Moreira no "Jornal
Nacional". Com o repórter André Luiz Azevedo no "Globo repórter"
Está é a terceira passagem
de Chapelin pelo "Globo repórter". Ele está direto na atração desde
1996, quando deixou a bancada do "Jornal Nacional", onde ficou por 20
anos, ao lado de Cid Moreira.
O primeiro teste como
locutor profissional foi para a Rádio Tamoio. Trabalhou ainda na Rádio Nacional
e na Rádio Jornal do Brasil, de onde saiu para a Globo. Já esteve na bancada do
"Jornal Hoje, mas um mês depois foi para o horário nobre no "Jornal
Nacional". "Eu dei sorte. Hoje, o currículo para se entrar na TV é muito
melhor do que o meu", avalia.
ZEAN BRAVO
AGÊNCIA O GLOBO
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