Trata-se da
última parada na América do Sul da turnê '40th anniversary of the Rocket man'.
Na cidade o concerto recebe o nome de Rocketman 'solo'
Elton
John e Paul McCartney são os dois maiores astros do rock and roll do mundo. O
segundo se apresentou no Arrudão, no ano passado, o primeiro faz sua estreia
pernambucana hoje, no Chevrolet Hall, às 21h (os portões abrem às 19h). Será a
última parada, na América do Sul, da turnê 40th anniversary of the Rocket man.
O concerto recebe o nome de Rocketman Solo, já que o cantor se apresenta sem a
banda, acompanhando-se a piano, formato no qual ele parece se sentir mais à
vontade. Na turnê anterior, de 2010, Elton John se apresentou ou com a banda ou
em dupla com o também pianista Billy Joel, mais o percussionista Ray Cooper. A
atual turnê tem como gancho os 40 anos do lançamento do single com Rocket man,
um dos seus clássicos, do álbum Honky chateau, e tem como embrião o elogiado
concerto The million dollar piano que apresentou no Colosseum, Caesars Palace e
Las Vegas, em 2011.
O incansável, Reginald Kenneth Dwight, 66 anos, formado pela
Royal Academy of Music in London e Cavaleiro da ordem do Império Britânico, Sir
Elton Hercules John, caiu na estrada no ano passado para uma turnê que se
estenderá até 2014, com um roteiro que abrange Oceania, Ásia, América do Norte,
do Sul e Europa. A carreira de Elton John que, profissionalmente, remonta a
1967, está ligada a Bernie Taupin, letrista da maioria do que gravou. Os dois
se conheceram no escritórios da gravadora Liberty e fizeram a primeira parceria
por correspondência. O talento para criar canções que unem qualidade à
popularidade despontou no álbum de estreia de Elton John, Empty sky (1969), mas
o primeiro sucesso internacional veio no álbum seguinte, Elton John (1970), com
Your song, até hoje uma música obrigatória no repertório de shows do cantor.
Nos
primeiros álbuns, Elton John se destacou exatamente por gravar como se
apresentará no Chevrolet Hall: com voz e piano. Um de seus discos mais
elogiados e um dos álbuns definitivos dos anos 70, não por acaso, chama-se
Don’t shoot me, I’m only the piano player (1973). Voz e piano era transgressão
numa época em que o rock and roll crescia em decibéis e o heavy metal tomava
corpo com Led Zeppelin, Deep Purple e Black Sabbath definindo o gênero. A força
da obra de Elton John & Bernie Taupin encontra-se não apenas na óbvia
qualidade das canções, como também na abrangência dos temas.
O segundo álbum que a dupla lançou em 1973, Goodbye yellow brick
road, os mais popular dos 30 discos (sem contar projetos especiais) de Elton
John é um trabalho conceitual, inspirado em Hollywood. A começar da capa e da
música título, referência à estrada de tijolos amarelos de O mágico de Oz, à
homenagem à Marilyn Monroe, em Candle in the wind, ou ao caubói Roy Rogers (que
ele pode incluir no repertório de hoje).
Mas a vida de Sir Elton John não é marcada apenas por quebra de
recordes de venda de discos, nem pelo glamour de ser uma estrela pop. Em Elton
John - a biografia, de David Buckley, (lançada no Brasil em 2011, pela
Companhia Editora Nacional), ele conta em detalhes sua paisagem pela década de
80, quando se entregou a todos os excessos que lhe foram possíveis, com
correspondente diminuição de qualidade de sua música, o afastamento de Bernie
Taupin.
Quem o livrou de ser mais uma baixa no rock and rolfoi a morte
de um amigo chamado Ryan White, aos 18 anos em consequência de aids. A volta
por cima aconteceu nos anos 90, quando voltou à boa música, à estrada, e reatou
a parceria com Bernie Taupin Elton John é um dos capítulos mais importantes da
história da música popular nos últimos 40 anos. E parte deste capítulo poderá
ser conferido, ao vivo, hoje no Chevrolet Hall.
José Teles
JC
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