— Qual a estrutura para se lançar hoje? Gravar um CD, divulgar entre os amigos, aí você consegue fazer shows. Pensei em inverter esse processo. Começar tocando para divulgar meu trabalho, e então gravar o CD. Catei meu banjo, a mala com a percussão e fui tocar na Estação Paraíso
Wagner lembra a data exata de sua primeira apresentação como "bardo": 12 de fevereiro de 2012, an estação Paraíso. O músico admite que a primeira experiência não foi nada fácil.
— Eu nunca tinha tocado na rua. Sabia onde queria ficar na estação, mas passei em frente pela primeira vez e não consegui parar. Aí vi que se não fizesse naquela hora, não faria nunca. Fiz e foi quando tudo começou. As pessoas pararam para olhar e já teve gente querendo tirar foto, perguntando onde encontrava a música. Ali nasceu o Bardo e o Banjo. Pensei o nome, criei uma página no Facebook e tentei arranjar um show, mas não tinha repertório ainda.

A encarnação solo durou cerca de dois meses. Numa noite, Wagner tocava na esquina da Paulista com a Augusta quando foi abordado por Antônio.
— Ele ficou vendo e pediu para tirar um som comigo. Aí pegou o violino e parou uma galera na frente. Ficou legal pra caramba e a gente fez uma parceria.
Além das apresentações na rua, a dupla começou a tocar em festas de aniversário, casamentos e conseguiram um show no All Folks Fest, no Centro Cultural Rio Verde. Na cara e na coragem viajaram para Porto Alegre, tocaram durante o Festival de Gramado e passaram um fim de semana no Rio, com shows em Niterói e Ipanema.
Com o projeto ganhando corpo, decidiram que estava na hora de trabalhar material próprio, mas tinham uma limitação: nenhum dos dois cantava. Wagner então chamou um amigo de infância, Marcos, que completou o trio com voz e bandolim.

A partir de janeiro, resolveram focar os esforços em arrecadar dinheiro para gravar o EP. Em quatro dias de crowndfunding analógico nas ruas de São Paulo levantaram os R$ 3 mil necessários para a gravação. Foram para o estúdio e gravaram as cinco canções: duas próprias ("Sweetums" e "Summer Rain") e três tradicionais americanas ("Angeline the baker", "Lost indian" e "Blue moon of Kentucky").
As apresentações na rua continuam. Todos os sábados eles estão na feira da Praça Benedito Calixto e, aos domingos, na Liberdade. Em janeiro fizeram quatro shows no Sesc Pinheiros e no último sábado de abril estarão no Sesc Osasco. No dia De São Patrício, 17 de março, devem tocar em alguns pubs de São Paulo.
No vídeo abaixo, Wagner fala sobre suas motivações para lançar O Bardo e o Banjo, em meio a imagens de apresentações do trio.
Eduardo Rodrigues
O Globo
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