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Esse blog tem como objetivo difundir a Música Popular Brasileira em geral, seja ela qual for: a música do Sul, a musica do Cariri, a Pajeuzeira ou mesmo outros ritmos de regiões diferenciadas. Nasci no Sertão do Pajeú, lugar onde a poesia jorra com muita facilidade e que os Poetas do Repente cospem versos com uma precisão incrível. Sempre tive esta curiosidade de fazer postagens e construir um blog. Aliás, criar um blog é simples e rápido, mas, o difícil mesmo é mantê-lo vivo e pulsante. Uma tarefa difícil e tem que ser feita com muita dedicação e precisão, sei que às vezes agradamos a uns e desagradamos a outros; também pudera, não somos perfeitos e isso acontece em todas as áreas e campos de trabalho. E para que o blog aconteça, tenho que desafiar o meu tempo e fazer propagar até aqueles que acessam e fazem aquisições de temas no gênero da música, da poesia e outros segmentos da cultura brasileira. Não tenho a experiência de um Blogueiro profissional, mas, como se diz: “Experiência só se conquista com tempo, perseverança e dedicação”. É isso aí, espero que curtam esse espaço que faço com exclusividade para vocês.


Obs.: Do lado direito do seu monitor adicionei uma rádio (Cantigas e Cantos) com a finalidade de que você leia e ao mesmo tempo ouça uma seleção musical exclusivamente feita por mim. Também inserí fotos Antigas da Capital da Poesia (S. José do Egito), fotos retiradas do Baú do Jornalista Marcos Cirano.


Texto: Gilberto Lopes

Criador do Blog.

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

CULTURA POPULAR: Do Cordão Para A Literatura de Cordel.


Barbantes esticados e livretes pendurados dão origem à uma literatura do Nordeste rica em rimas e versos é o cordel, que ganhou este nome, pois, em Portugal, eram expostos ao povo amarrados em cordões, estendidos em pequenas lojas de mercados populares ou até mesmo nas ruas.
estendidos em pequenas lojas de mercados populares ou até mesmo nas ruas.
A chegada do cordel no Brasil ocorreu no início da colonização, através dos portugueses. Na segunda
metade do século XIX começaram as impressões de folhetos brasileiros, com características próprias do país.
Os temas incluem desde fatos do cotidiano, episódios históricos, lendas, temas religiosos, entre outros. As façanhas do cangaceiro Lampião (Virgulino Ferreira da Silva, 1900-1938) e o suicídio do presidente Getúlio Vargas (1883-1954) são alguns dos assuntos de cordéis que tiveram maior tiragem no passado. Não há limite para a criação de temas dos folhetos. Praticamente todo e qualquer assunto pode virar cordel nas mãos de um poeta competente.
O estudante de História da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), Cid Carlos, é um dos admiradores da literatura. Para ele, os cordéis multiplicam as histórias tanto na ficção quanto na realidade.
“Existe alguns historiadores que explicam o cordel a partir de um cenário brasileiro, como a guerra de Canudos que propiciou a história sobre Antônio Conselheiro que dá um tom heroico para a cultura nordestina de forma rimada e em versos nos cordéis”, afirmou Cid.
No Nordeste, a literatura de cordel é uma produção típica, sobretudo nos estados de Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará. Hoje também se faz presente em outros estados, como Minas Gerais, de Janeiro e São Paulo.
A Feira da Gente, realizada todo domingo na praça Sérgio Pacheco em Uberlândia, é um dos locais na cidade em que encontra-se cordéis para comprar. Cid Carlos é um dos vendedores e afirma que muitas pessoas tem curiosidade em conhecer a obra literária.
“Públicos acadêmicos conhecem mais os cordéis do que as outras pessoas, porém muitas pessoas se surpreendem com a literatura rimada que pode ser encontrada na feira, na revistaria do aeroporto de Uberlândia e na internet, sendo uma oportunidade do pessoal conhecer um pouco da cultura nordestina através dos cordéis”, concluiu..
Um grande exemplo de cordelista é Seu Lunga, um personagem tão folclórico que ninguém acredita sua existência real. Mas, ele existe. Natural de Juazeiro do Norte (CE), local aonde reside até hoje, é muito conhecido pela sua "delicadeza", dizem que ele é um sério candidato a Homem Mais Ignorante do Mundo pelo Guiness Book. Algumas histórias são verídicas, e outras são apenas piadas que fazem alusão a sua ignorância. Confira abaixo, um dos cordéis produzido por ele.

As proezas de Seu Lunga

Seu Lunga é cabra de bem
Porém é muito nervoso
Em perguntas idiotas
O homem perde o gozo
Das faculdades mentais
Vira o próprio satanás
Solta um palavrão trevoso.

Um belo carro de luxo
A famosa limosine
Chegou à concessionária
Tava exposta na vitrine
Lunga disse: --eu quero aquela
Dou até minha costela
Por aquela lamborguine.

O vendedor, à socapa,
Riu do momento bizarro
--Meu senhor, está enganado
Trocou o nome do carro
Lunga, bufando de raiva
Encorporou o Saraiva
Não adimitiu o sarro.

--Olhe aqui fi da broboinca
O automóvel é meu
Vou pagar com minha verba
Se entupa, seu fariseu
Dou o nome que eu quero
Joaquim, Chico ou Homero
Também ponho o de Romeu.

Uma semana depois
Lunga, no estacionamento
Foi saindo com o carro
Até passar por tormento
O alarme disparou
A polícia o abordou
Não teve nem argumento.

Era um carro igual ao dele
Não mudava nem a cor
O modelo, a capota
Pneu e radiador
Calota, marcha e breque
Iguais ao seu calhanbeque
Principalmente o motor.

Lunga tomou providência
Ali, no calor da hora
Pra não mais se confundir
Tirou da bota a espora
Riscou toda a pintura
Disse: --olhe que belezura
Quero ver trocar agora.

Ver Vídeo:
Os Poemas do Seu Lunga
Fonte: ANUDI (Associação dos Nordestinos em Uberlândia)
Por Thaís Medeiros

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