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Esse blog tem como objetivo difundir a Música Popular Brasileira em geral, seja ela qual for: a música do Sul, a musica do Cariri, a Pajeuzeira ou mesmo outros ritmos de regiões diferenciadas. Nasci no Sertão do Pajeú, lugar onde a poesia jorra com muita facilidade e que os Poetas do Repente cospem versos com uma precisão incrível. Sempre tive esta curiosidade de fazer postagens e construir um blog. Aliás, criar um blog é simples e rápido, mas, o difícil mesmo é mantê-lo vivo e pulsante. Uma tarefa difícil e tem que ser feita com muita dedicação e precisão, sei que às vezes agradamos a uns e desagradamos a outros; também pudera, não somos perfeitos e isso acontece em todas as áreas e campos de trabalho. E para que o blog aconteça, tenho que desafiar o meu tempo e fazer propagar até aqueles que acessam e fazem aquisições de temas no gênero da música, da poesia e outros segmentos da cultura brasileira. Não tenho a experiência de um Blogueiro profissional, mas, como se diz: “Experiência só se conquista com tempo, perseverança e dedicação”. É isso aí, espero que curtam esse espaço que faço com exclusividade para vocês.


Obs.: Do lado direito do seu monitor adicionei uma rádio (Cantigas e Cantos) com a finalidade de que você leia e ao mesmo tempo ouça uma seleção musical exclusivamente feita por mim. Também inserí fotos Antigas da Capital da Poesia (S. José do Egito), fotos retiradas do Baú do Jornalista Marcos Cirano.


Texto: Gilberto Lopes

Criador do Blog.

domingo, 14 de junho de 2020

Poesia: "Transmutação", um poema de Lucas Rafael

A imagem pode conter: 1 pessoa, atividades ao ar livre e close-up
  
















TRANSMUTAÇÃO

Amores se acabam. Paixões são confusas.
O tempo e as musas não se entendem bem.
Não há um contrato que firme este ato,
Nem rezas que sirvam pra sempre de amém.

As vidas não podem ter pesos iguais.
Amores são cais... Mais além há um arco.
Palavras de amor, juramentos, mentiras,
Se afogam com as liras na volta do barco.

Depois que as certezas de antes terminam
É justo que as mãos logo se desenlacem.
As flores de mágoa que nos contaminam...
O tempo às acolhe. Depois outras nascem.

E as vidas prosseguem. Seguir é preciso.
Sem ódio e sem guizo; com dias, com dor.
Um corpo de carne e de sangue e desejos
É vítima dos beijos mal dados do amor.

Amor puramente ultrajante e humano,
Não de outro plano nem dos outros seres.
Amor que embriaga ciúmes e afetos.
Que sente prazer em causar desprazeres.

Amor de conchavos, mordidas na orelha.
Da tarde vermelha: bons tempos e mínguas.
Das unhas riscando outro traço nas costas.
Da dança das bocas no enrosco das línguas.

Amores se acabam no fundo de armário.
Na louça com pratos e copos expostos.
Amores se acabam num leito de cama.
Silêncio velando dois lados opostos.

Amores se acabam, mas não as histórias.
As lutas inglórias... Quão belas são elas!
Amores se acabam como um terremoto
Ou como um pavio terminando nas velas.

Amores se acabam como uma fogueira.
A brasa final de manhã inda arde.
Amores se acabam como a samambaia
Largada num canto, domingo de tarde.

Histórias são sempre tão bem recriadas.
Conversas faladas de certo são artes.
Caminhos opostos curando as feridas...
As partes contando e forjando outras partes.

Porque é preciso depois que se acaba
O amor revelar ter a dor mais legítima.
Botar no olhar um olhar contrafeito
Que possa servir ao discurso de vítima.

Embora ao falar sobre o outro recaia
Saudade do rio que passou, não deságua.
Palavras mal ditas com voz embargada
São cartas de amor perfumadas de mágoa.

Amores se acabam, mas de certa forma
O tempo passado os amores percorrem.
Amores findados se tornam uma espécie
De corpos celestes: as luzes não morrem.

Lucas Rafael.  

CANTIGAS E CANTOS

2 comentários:

  1. Meu medo é que do nada Lucas Transcenda a composição física da matéria por sua tamanha singularidade e se torne uma evolução que nós, meros mortais não é dado o direito de compreender ou sentir ou mesmo apreciar tamanha grandiosidade.

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