No lugar onde não têm
Pode ser que encontre espinhos
Muito provável também
Voltar sem nenhum dos dois
Sem sentir cheiro depois
Sem se espinhar por ninguém
Pelo vale dos amores
Sem se furar nos espinhos
Que sempre provocam dores
Os pés nunca serão gastos
Pisando nos campos vastos
Do chão coberto de flores
Das marcas de uma paixão?
Quem nunca ouviu os acordes
Das cordas de um violão?
Quem nunca se embriagou
Sobre o resto que sobrou
No botequim da ilusão?
Quem não sentiu nostalgia?
Quem nunca buscou prazeres
Trocando a noite no dia?
Quem nunca apagou seus sóis
Deitado sob os lençóis
Dos tragos da boêmia?
Dos carnavais não brincou?
Nos salões qual colombina
Sem frevar, se acomodou?
E qual o Pierrot ranzinza
Na quarta-feira de cinza
De saudade não chorou?
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