Zé do Caixão em retrato feito em 2004 — Foto: Hélvio Romero/Estadão Conteúdo
Mestre do terror brasileiro dirigiu 40 produções e
atuou em mais de 50 filmes. Morte do ator e diretor foi confirmada pela filha
de Mojica, a atriz Liz Marins, nesta quarta-feira (19).
O
ator, diretor e roteirista José Mojica Marins, conhecido pelo personagem Zé do
Caixão, morreu aos 83 anos, vítima de uma broncopneumonia.
A morte foi
confirmada pela filha de Mojica, a atriz Liz Marins, nesta quarta-feira (19).
Ele morreu às 15h46, no hospital Sancta Maggiore, em São Paulo. O cineasta
estava internado desde o dia 28 de janeiro para tratar de uma broncopneumonia.
O velório deve acontecer no Museu da
Imagem e do Som (MIS) na quinta-feira (20), em cerimônia
aberta ao público. Mojica deixa sete filhos.
Mestre do terror
brasileiro
Filho dos artistas circenses Antonio
André e Carmen Marins, José Mojica Marins nasceu no dia 13 de março de 1936, em
São Paulo
Mojica
dirigiu 40 produções e atuou em mais de 50 filmes. Seu interesse pelo cinema de
terror escatológico começou nos anos 1950, mas foi em 1964, com o filme "À
meia-noite levarei sua alma", que ganhou o apelido de Zé do Caixão.
Seu personagem
mais famoso, o agente funerário sádico com roupas pretas, cartola, capa e unhas
longas, ainda aparece em "Esta noite encarnarei no teu cadáver"
(1967), "O estranho mundo de Zé do Caixão" (1968) e "Encarnação
do demônio" (2008).
Zé do Caixão no filme 'Encarnação do Demônio', de 2008 — Foto: Divulgação
Mesmo
conhecido como o mestre do terror no cinema brasileiro, Mojica trabalhou com
outros gêneros, como aventura, faroeste e pornochanchada. Ele também
influenciou o movimento do cinema marginal nos anos 1960.
Quando tinha
17 anos, fundou a Companhia Cinematográfica Atlas, que produziu filmes
amadores. O primeiro longa-metragem foi “A sina do aventureiro”, de 1958.
Em 1963, escreveu
a história de “Meu destino em tuas mãos” e procurou o cineasta Ozualdo Candeias
para fazer o roteiro, mas o colaborador não foi creditado.
Zé do Caixão em 'Esta noite encarnarei no teu cadáver', de 1967 — Foto: Divulgação
O
personagem Zé do Caixão, conforme Mojica contou em várias entrevistas, surgiu
para ele durante um pesadelo, em que um homem de capa preta o arrastava para um
túmulo.
A primeira
aparição do Zé do Caixão no cinema foi em "À meia-noite levarei sua
alma", de 1964. Nos Estados Unidos, ele ficou conhecido como “Coffin Joe”.
Segundo o site
oficial do personagem, Josefel Zanatas era o nome verdadeiro de Zé do Caixão. O
coveiro era filho de um casal dono de uma rede de agências funerárias.
Por isso, o
pequeno Zé do Caixão cresceu como uma criança muito sozinha e discriminada
pelos colegas por causa da profissão dos pais.
A biografia
ainda diz que Zé do Caixão é um “homem sem crenças, não acredita em Deus nem no
Diabo, só acredita nele mesmo, acha que é o único que pode fazer justiça”.
O cineasta e ator José Mojica Marins, conhecido como Zé do Caixão em fotografia feita em 2001 — Foto: Agliberto Lima/Estadão Conteúdo
Com
o sucesso, o personagem começou a ser confundido com o seu próprio autor. No
anos 1990, o Zé do Caixão apresentou o “Cine Trash”, na Rede Bandeirantes.
Ele também
comandou um programa de entrevistas no Canal Brasil, "O estranho mundo do
Zé do Caixão", que estreou em 2008 e teve sete temporadas.
Em 2014, José
Mojica sofreu um infarto e passou por uma angioplastia e colocou três stents
(bubos de metal para melhorar o fluxo sanguíneo da artéria) no coração.
Ele voltou a
ser internado no mesmo ano em razão de uma piora nas funções renais. Desde
então, ele se manteve mais afastado da mídia
Por G1
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